Guaíra – A chegada das cadelas de detecção de drogas (CDDs) collie e cris ao Canil da Polícia Federal de Guaíra, em 2017, representou uma mudança significativa na rotina e na dinâmica das operações policiais na região. Dados da PF mostram que as policiais K9 – como também são chamadas – estão envolvidas em quase metade das ações realizadas pela delegacia de Guaíra, além de serem bastante requisitadas pelas demais forças de segurança pública. Donas de um olfato apuradíssimo, foram responsáveis por pelo menos 30 prisões em flagrante no último ano, por meio de evidências que seriam difíceis de identificar apenas com o recurso humano.
O combate ao tráfico de drogas é a principal frente de trabalho das K9. As Polícias Militar, Civil e Rodoviária Federal, Receita Federal, Força Nacional e das próprias equipes de inteligência e análise da PF de Guaíra utilizam o faro e o perfil ostensivo das pastoras alemãs para realizar barreiras surpresas e vistorias em veículos suspeitos e apreendidos, agências dos Correios etc e ajudar a identificar quadrilhas internacionais de tráfico e contrabando.
Segundo a agente da PF e presidente do Sinpef/PR (Sindicato dos Policiais Federais do Paraná), Bibiana Orsi, os resultados da atuação do Canil de Guaíra são ainda mais expressivos que os apresentados. Isso porque o a grande quantidade de trabalho e requisições impedem o devido registro das ordens de missão. “A análise limitada ao número de apreensões pode mascarar a importância do K9 em Guaíra, mas esse trabalho diário dos operadores tem trazido grande repercussão no meio dos criminosos, dificultando o trânsito destes. Além disso, houve um grande fortalecimento na parceria entre as instituições que combatem os crimes na fronteira com o Paraguai”, pontuou.
Hoje, três das melhores cadelas detectoras de drogas do programa K9 estão em Guaíra. Os policiais federais receberam treinamentos específicos no Canil Central, sob supervisão da Academia Nacional de Polícia.
Os cuidados também incluem visitas ao veterinário e utilização de rações de qualidade. Ainda assim, Bibiana explica que os custos – cerca de R$ 2 mil mensais por animal – são irrelevantes diante do suporte oferecido pelos cães.
“Toda essa estrutura, com treinamento, alojamento, manutenção, não representa grande montante de recursos diante dos enormes benefícios trazidos, mas demonstra a grande mobilização interna da Polícia Federal de apoio ao programa K-9, seguindo uma tendência mundial das melhores forças policiais. Lembrando que os operadores de Guaíra também estão habilitados a operarem cães detectores de explosivos”.
Trabalho educativo
Além da rotina operacional, as CDDs são destaque do Grupo de Prevenção ao Uso Indevido de Drogas, que tem por objetivo o aprimoramento das atividades relacionadas ao próprio nome, por meio de ações socioeducativas e palestras em escolas da região. Só em Guaíra, mais de 1,8 mil alunos já participaram do programa e tiveram a chance de conhecer as ajudantes de quatro patas da PF.