O período que antecede as eleições não é (ou ao menos não deveria ser) um espaço para embates, conflitos, ataques, disputas acirradas a qualquer custo. Esses meses antes do dia da votação deveriam ser utilizados pelos candidatos, independentemente do cargo pleiteado, para expor suas ideias e seus projetos para conquistar o eleitor. Esse, por sua parte, precisa (ou ao menos deveria) estar aberto, num primeiro momento, a todos os candidatos para escutar as propostas.
É desta forma que a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) se posiciona e atua há décadas. A entidade, no período antes de qualquer eleição, está aberta a todo e qualquer candidato, independentemente se já ocupa cargo ou tenta o primeiro mandato, do partido ao qual está filiado, da linha política e/ ou das crenças do que é melhor para a sociedade. Prova disso que, nos últimos meses, dezenas de candidatos estiveram na sede da FAEP, em Curitiba, para apresentar suas propostas, principalmente, as voltadas para a defesa dos interesses dos produtores rurais.
A cada visita, a FAEP faz questão de registrar e divulgar a vinda deste e daquele, de esquerda ou direita, na sua revista periódica e nas suas redes sociais.
Mais que isso, nas eleições para governador, já que a FAEP é uma entidade de âmbito estadual, formulamos um caderno de propostas e sugestões, que entendemos, se implantadas, vão colaborar para o desenvolvimento do setor agropecuário paranaense e, consequentemente, da economia estadual e do Paraná como um todo. Foi assim, por exemplo, em 2018, quando a diretoria da FAEP esteve com os principais candidatos ao governo do Paraná: Carlos Massa Ratinho Junior, Cida Borghetti, João Arruda e Osmar Dias (que posteriormente viria a desistir da disputa), e entregou em mãos o caderno com propostas para o governo que viria a assumir a gestão.
Esse ano não é diferente. O documento já foi entregue a diversos candidatos, seja para a cadeira de governador, senador, deputados estadual ou federal.
Sabemos que alguns candidatos empunham a bandeira do agronegócio. Mais que isso, se colocam como o candidato do agronegócio, do campo, do meio rural. Isso é válido, claro, pois muitos conhecem as necessidades e demandas dos nossos agricultores e pecuaristas e também as adversidades enfrentadas pelo setor. Mas isso, de forma alguma, significa que esses são os candidatos da entidade que representa 78 mil produtores rurais do Paraná. Até porque o sistema sindical está proibido de participar da política partidária.
Essa postura da FAEP de manter as portas abertas, independentemente do candidato, não é de hoje. Há décadas, nos posicionamos desta forma, por entender que isso faz parte de um processo democrático e transparente no qual uma entidade representativa de classe deve se colocar. Desta forma, a entidade, na figura do seu presidente e diretores, reafirma o compromisso de trabalhar com quem é governo, sem interessar quem está no cargo.
Como nos aproximamos do dia 2 de outubro, quando está marcada a eleição, a FAEP ratifica o desejo de que o processo ocorra de forma tranquila e dentro da lei. Mais que isso, desejamos que os nossos produtores rurais e os eleitores da cidade tenham serenidade no momento da escolha. E que os candidatos escolhidos pela população façam uma boa gestão nos próximos quatro anos, buscando atender, da melhor forma possível, as necessidades dos meios urbano e rural. E, uma certeza, a FAEP estará à disposição para colaborar, ajudar, contribuir e trabalhar ao lado dos nossos futuros representantes dos poderes Executivo e Legislativo.
Bom voto.
Ágide Meneguette, presidente da FAEP (Federação da Agricultura do Paraná)