Política

TCU não tem previsão para julgar projeto do novo pedágio do PR

Agora a expectativa é que o processo siga sem novas intercorrências, para que o cronograma previsto pela ANTT seja cumprido. Até lá, os paranaenses podem rodar sem pagar tarifas de pedágio nas estadas do Estado

Encerramento dos atuais contratos de concessão de rodovias no Paraná. Abertura das catracas da praça de pedágio da Ecovia, na BR-277, em São José dos Pinhais, ocorrida à 0h00 deste domingo. - Curitiba, 28/11/2021 - Foto: Ari Dias/AEN
Encerramento dos atuais contratos de concessão de rodovias no Paraná. Abertura das catracas da praça de pedágio da Ecovia, na BR-277, em São José dos Pinhais, ocorrida à 0h00 deste domingo. - Curitiba, 28/11/2021 - Foto: Ari Dias/AEN

 

 

Brasília – O projeto do novo plano de concessões das rodovias paranaenses, elaborado pelo Ministério da Infraestrutura e a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), foi finalizado ainda em novembro do ano passado e enviado para que o TCU (Tribunal de Contas da União), analisasse o projeto autorizasse a nova licitação. Esta é a última etapa prevista antes do projeto ir a leilão na Bolsa de Valores (B3). Os documentos encaminhados contemplam os estudos de viabilidade técnica e econômica para a exploração dos serviços de infraestrutura e prestação de serviços de transporte terrestre de seis lotes.

Contudo, quatro meses após o envio do projeto para o TCU, o Tribunal ainda segue analisando o modelo e disse que não tem previsão de quando deverá ser apreciado em plenário pelos Ministros. De acordo com o TCU, o relator do processo é o ministro Walton Alencar Rodrigues e ainda não há decisão do Tribunal sobre o assunto. Além disso, a assessoria do Tribunal informou que os documentos desse processo não estão públicos, não informando o motivo para o sigilo.

Na resposta aos questionamentos do O Paraná, a assessoria informou que ainda não há previsão do processo ser levado para apreciação em plenário. O Tribunal justificou a falta de previsão informando que não há prazo definido por lei ou regimento para que esse processo seja apreciado e que data dependerá do andamento processual.

Segundo o cronograma da ANTT, a previsão é lançar o edital de licitação no segundo trimestre de 2022, seguindo para o leilão no terceiro trimestre e assinatura do contrato pelas empresas vencedoras do certame no quarto, depois das eleições de 2022. Esse é o segundo cronograma, isso porque a elaboração do projeto atrasou na ANTT, que precisou reorganizar as datas.

A situação não causa nenhuma surpresa para quem acompanha a novela do novo projeto de pedágio desde o início, isso porque, vários especialistas alertaram que a análise do TCU poderia durar meses, isso por conta da complexidade e tamanho do projeto. Até mesmo os responsáveis pela elaboração do projeto estavam cientes dessa situação.

Entretanto, várias intercorrências estão atrasando ainda mais a análise, entre elas, a falta de colaboração da própria ANTT. Em fevereiro o TCU chegou a suspender a análise do projeto por conta da falta de documentos essenciais. Ainda em dezembro de 2021, o TCU questionou a ANTT sobre a ausência de informações sobre obras não executadas ou em execução, estudos atualizados do fluxo de veículos em razão da ampliação da malha ferroviária e dados mais conclusivos em relação ao formato do leilão.

Em janeiro a ANTT respondeu parcialmente os questionamentos do TCU, contudo, não enviou os documentos necessários para dar andamento ao processo, por conta disso, o andamento do processo está suspenso no Tribunal.

Também em fevereiro, o presidente da Frente Parlamentar sobre o Pedágio, na Assembleia Legislativa do Paraná, o deputado Arilson Chiorato (PT) entrou com uma medida cautelar no TCU pedindo a suspensão do processo de licitação do novo modelo de pedágio por conta da mudança de modelo econômico e também na ausência de documentos essenciais, como de projetos técnicos das obras e de estudos com os valores das desapropriações, entre outros.

Em março, foi a vez do deputado estadual Soldado Fruet (Pros) mover uma representação no TCU contra as seis pedageiras que atuaram na operação das rodovias pedagiadas do Paraná nos últimos 24 anos.

O parlamentar solicitou que na mesma análise do projeto do novo pedágio, o TCU declarasse as concessionárias que operavam o antigo pedágio do estado inidôneas. A representação foi acatada e o TCU deverá decidiu sobre esse ponto também.

 

Futuro

Agora a expectativa é que o processo siga sem novas intercorrências, para que o cronograma previsto pela ANTT seja cumprido. Até lá, os paranaenses podem rodar sem pagar tarifas de pedágio nas estadas do Estado.