Política

Maioria não concorda com a inegibilidade de Bolsonaro, diz pesquisa

Maioria não concorda com a inegibilidade de Bolsonaro, diz pesquisa

A inegibilidade até 2026 imposta pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ao ex-presidente Jair Bolsonaro foi considerada injusta por 48,4% dos brasileiros, segundo levantamento realizado pelo Instituto Paraná Pesquisas; 44,7% dos entrevistados concordaram com a punição e outros 6,9% afirmaram não saber ou não opinara na pesquisa divulgada ontem (14) pelo Instituto.

Dentre aqueles que discordam da decisão do TSE, presidido pelo ministro Alexandre de Moraes, 58,3% são evangélicos e 45,3% são católicos. Para a realização desta pesquisa foi utilizada uma amostra de 2026 eleitores, com entrevistas pessoais, com eleitores com 16 anos ou mais, em 26 Estados e Distrito Federal e em 164 municípios brasileiros entre os dias 24 e 28 de janeiro de 2024

Por 5 votos a 2, na sessão desta do dia 31 de outubro, o TSE condenou Bolsonaro e Walter Braga Netto (PL), candidatos à Presidência e à Vice-Presidência da República nas Eleições 2022, por abuso de poder político e econômico nas comemorações do Bicentenário da Independência, realizadas no dia 7 de setembro de 2022 em Brasília (DF) e no Rio de Janeiro (RJ). Com a decisão, foi declarada a inelegibilidade de ambos por oito anos, contados a partir do pleito de 2022.

Com isso, Bolsonaro foi declarado inelegível pela segunda vez, por oito anos contados a partir das eleições de 2022. A primeira decisão foi dada em julgamento em junho de 2023, segundo o TSE, por prática de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante reunião realizada no Palácio da Alvorada com embaixadores estrangeiros no dia 18 de julho de 2022. Nesta sentença, Braga Netto foi excluído da sanção.  Como a penalidade não é cumulativa, o prazo de inelegibilidade permanece o mesmo.

 

“Obras de Lula”

Outro levantamento divulgado pelo Paraná Pesquisas revelou que a maioria absoluta dos brasileiros não sabe identificar as obras e realizações do Governo Federal. De acordo com a pesquisa, 73,4% dos entrevistados não sabem ou não responderam ao serem questionados sobre “alguma obra, medida administrativa ou benefício à população” feito pela gestão do presidente Lula (PT). Dos 26,6% de participantes que responderam, 8,6% citaram investimentos no Bolsa Família e auxílios de renda – iniciativa mais lembrada. Na sequência, investimentos em educação pública e o “Minha Casa, Minha Vida” são citados por 4,5% e 3% dos entrevistados, respectivamente. Já reajuste do salário mínimo, Desenrola Brasil e geração de empregos é lembrado por menos de 3% da população.

Erros

O mesmo levantamento questionou a respeito das falhas ou erros que o governo do presidente Lula cometeu ou está cometendo. Dos entrevistados, 58,9% não sabem ou não responderam, mas 41,1% citaram alguma falha ou erro, o que mostra que a maioria não sabe dizer o que desagrada, porém, a percepção negativa dos “deslizes” de Lula é maior do que o reconhecimento das realizações.

O aumento ou reajuste de impostos foi o “erro” mais apontado, com 6,6%; 4,8% falou sobre envolvimento ou o não combate à corrupção. O “excesso de gastos ou muitas viagens” presidenciais foi citado por 4,8% dos entrevistados. Outras falhas: falta de controle da inflação (3,1%); aumento do número de ministérios (2,4%); falta de reajuste salarial (1,1%); não investir em segurança pública (1,1%).

Esta pesquisa foi realizada entre os dias 26 e 28 de janeiro em 26 Estados e no Distrito Federal, com margem de erro de 2,2 pontos percentuais.

“Defesa da Democracia”

O ex-presidente Bolsonaro convoca seus apoiadores para um “ato pacífico em defesa do nosso estado democrático de direito” na Avenida Paulista, no próximo dia 25, às 15h. Em vídeo, Bolsonaro disse que a convocação também será para se defender de “todas as acusações” que têm sofrido. Ele pediu que todos os que comparecerem usem verde e amarelo e não levem “qualquer faixa ou cartaz contra quem quer que seja”.

E completou: “Nesse evento quero me defender todas as acusações que têm sido imputadas à minha pessoa, nos últimos meses”.