Policial

Embriaguez ao volante: estatísticas mascaram a realidade no trânsito

Em Cascavel, 3% dos condutores envolvidos em acidentes estavam embriagados

Cascavel – Nem mesmo a rigidez na fiscalização e as sanções previstas no CTB (Código de Trânsito Brasileiro) são suficientes para impedir que motoristas conduzam seus veículos sob efeito de bebidas alcoólicas.

Neste ano, em Cascavel, pelo menos 3% dos condutores envolvidos em acidentes apresentavam sinais de embriaguez. Os dados são do Pelotão de Trânsito da Polícia Militar.

Segundo relatório, das 2.716 ocorrências atendidas pelo setor, de janeiro a setembro de 2015, 75 delas envolviam motoristas embriagados. Ainda conforme levantamento do Pelotão, outros 114 condutores foram autuados. Os números, no entanto, podem ser maiores, já que nem todos os acidentes são de conhecimento da PM.

“Em parte dos acidentes, os motoristas envolvidos, ou por estarem embriagados ou por irregularidades na documentação, fazem acordos verbais. Quando um dos motoristas se nega a pagar, quem foi prejudicado acaba procurando a polícia posteriormente. No entanto, depois, a situação já não é tão simples”, comenta o tenente Roberto Tavares, do Pelotão de Trânsito do 6º BPM (Batalhão de Polícia Militar).

Para evitar transtornos futuros e garantir que os infratores sejam punidos, a principal orientação da Polícia Militar é que o Pelotão seja acionado para qualquer tipo de acidente de trânsito.

“A grande parte dos nossos atendimentos é em relação a acidentes com vítimas, ou quando há suspeita de que um dos motoristas está embriagado. Mas a orientação é que, independente do tipo de acidente, os envolvidos devem acionar o Pelotão de Trânsito” afirma Tavares.

Falta de consciência

Não é de hoje que as autoridades de trânsito de Cascavel realizam fiscalizações para flagrar motoristas embriagados, além de combater outros tipos de irregularidades. Porém, de acordo com o tenente Roberto Tavares, o principal problema enfrentado durante as blitze é a falta de consciência dos condutores.

“Frequentemente fazemos operações de fiscalização na tentativa de flagrar esses motoristas. Nós fazemos o possível para coibir esse tipo de irregularidade, mas o problema é a falta de consciência dos condutores”, ressalta.

Conforme Tavares, alguns motoristas alegam, inclusive, desconhecer a legislação na tentativa de escapar das punições. Apesar de os jovens responderem por boa parte das estatísticas, segundo o tenente, não há uma faixa etária específica de condutores flagrados sob efeito do álcool.

“Há um grande número de jovens flagrados por nós. Mas o problema é geral. Em alguns casos, já flagramos senhores de idade, bem idosos, conduzindo sob efeito de álcool”, aponta.