Política

EDITORIAL: Obesidade, um mal do século?

Aos poucos a obesidade vai se tornando um grande problema de saúde pública. No Brasil, por exemplo, 19 de cada 100 pessoas já são obesas, enquanto 54 desse mesmo grupo estão acima do peso, o chamado sobrepeso.

Muito além de uma questão estética, a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), divulgada ontem, alerta para os riscos à própria saúde. Obesidade mata. E muito mais que as pessoas pensam.

Isso porque o excesso de peso não é um assunto apenas de balança. Ele implica numa condição clínica com problemas graves de saúde, que vão desde mudança na pressão arterial até o desenvolvimento de doenças de coração, fígado, intestino e várias outras.

Em meio ao aumento de informação sobre alimentação mais saudável e dos alertas dos vilãos da mesa, a pesquisa revela que a obesidade cresceu especialmente no grupo dos mais jovens (110% entre 2007 e 2017) quase o dobro que a média nas demais faixas etárias (60%). Nesse mesmo período, o sobrepeso cresceu 56%.

O que chama a atenção é que pelo menos os adultos têm consumido menos refrigerantes e bebidas açucaradas, enquanto também cresceu a prática de atividades físicas. Mas ainda insuficiente para equilibrar o “peso” da balança.

Embora muitas pessoas recorrem à cirurgia bariátrica quando alcançam a obesidade mórbida, nem sempre a saúde se recupera conforme a cintura afina. Alguns estragos feitos não têm conserto e a pessoa encurta substancialmente sua expectativa de vida, enquanto as restrições alimentares tornam-se cada vez mais severas. Quanto mais cedo as pessoas adotarem hábitos saudáveis, mais tempo terão para viver e melhor viverão.