Saúde

Dengue: Cascavel passa de 1,1 mil casos e entra em estado de epidemia

A cidade está com índice alto de infestação da doença, média de 5,6% de infestação, bem acima do 1% preconizado pela a Organização Mundial da Saúde

Dengue: Cascavel passa de 1,1 mil casos e entra  em estado de epidemia

 

Cascavel – Com a confirmação de mais 358 casos de dengue no boletim divulgado ontem (13) pela Secretaria Municipal de Saúde, Cascavel passou para o estado de epidemia da doença. A cidade tem ao todo 1.116 casos confirmados durante este ano epidemiológico, que começou em agosto do ano passado e vai até agosto deste ano. Além desses, 2.746 casos suspeitos aguardam resultado ou coleta de exames.

Em coletiva para a imprensa (13), o secretário municipal de Saúde, Miroslau Bailak, junto com a equipe do Setor de Endemias, pediu o apoio da população. Segundo ele, a preocupação maior é com os criadouros dos mosquitos e que, a partir de agora, ainda mais do que antes, é importante que a população se una para conter o avanço do Aedes aegypti, que transmite além da dengue, outras doenças como zika vírus e febre Chikungunya.

Miroslau contou que o aumento de casos está refletindo diretamente na sobrecarga de atendimento, tanto na atenção primária, quanto na urgência. Nas Upas (Unidades de Pronto Atendimento) que normalmente atendem em média 220 pacientes diários, acabou dobrando o número nas últimas semanas, chegando a 450, isso, em cada uma delas e que grande parte desses atendimentos são de pessoas com sintomas de dengue.

Para ele é necessário interromper o ciclo do mosquito, para que a fêmea que está contaminada, não repasse o vírus aos ovos contaminados e replique ainda mais os casos. “É preciso comprometimento de todos. Parte da população está fazendo sua parte na guerra contra o mosquito mantendo os quintais limpos, mas precisamos ainda mais”, reforçou.

De acordo com o boletim, o Bairro Coqueiral é o que tem a maior quantidade de casos, somando 205, em seguida vem o Bairro Cascavel Velho com 102 casos e em terceiro lugar o Parque Verde com 63. A maior parte das pessoas que contraíram a doença são da faixa etária de 30 a 39 anos, um total de 17,9%, sem segundo lugar de 20 a 29 anos com 17,03% em terceiro de 40 a 49 anos com 16,13%.

Clair Wagner, gerente da Divisão em Saúde Ambiental, salientou ainda que é importante que a população receba os agentes de endemias, que estão preparados para identificar os criadouros, fazer a eliminação e que além disso, os próprios moradores façam pelo menos uma vez por semana uma vistoria no quintal, que vai desde o potinho de alimentação do seu animal até a calha.

Maria Fernanda Ferreira, médica da 10ª Regional de Saúde, disse que eles estão percebendo na maioria dos 25 municípios da regional um aumento grande de casos, desde fevereiro e a curva está em crescimento e a maioria de casos autóctones, ou seja, contraídos dentro das cidades. “Temos três óbitos em investigação e é bastante preocupante essa situação. Precisamos melhorar isso e a população contribua para a redução, porque as pessoas estão com os sintomas bastante fortes”, falou.

 

Risco de infestação

 

A cidade está com índice alto de infestação da doença, média de 5,6% de infestação, bem acima do 1% preconizado pela a Organização Mundial da Saúde. Em alguns bairros, o índice é ainda bem maior, chegando a 10,2% na região do Lago Municipal, abrangendo os bairros Nova York e Pacaembu, entre outros. Em segundo lugar, ficou a região do Bairro Santa Felicidade com 8,7%, mesmo índice registrado na região da FAG, Santa Cruz, Paulo Godoy.

Quando um caso é confirmado, o setor realiza o bloqueio com aplicação de inseticida com a bomba costal, em um raio grande que em que caso foi confirmado. Ela explicou que sobre o fumacê mesmo com a grande quantidade de casos ainda não é necessário, e que eles estão tentando dar conta da grande quantidade de locais para fazer o bloqueio, mas encontram dificuldade com o tempo, já que nas últimas semanas tem chovido bastante.

 

 

Paraná já tem 5 mortes por dengue

A Secretaria de Estado da Saúde confirmou, nesta semana, mais três óbitos por dengue no estado, totalizando cinco mortes neste período epidemiológico, nas regiões Oeste e Noroeste do Estado, entre os dias 1º de fevereiro e 24 de março de 2022. São dois homens, um de 86 anos, que residia no município de Matelândia, e outro de 74 anos, morador de Tapira, além de uma mulher de 32 anos, residente de Medianeira. Os dois óbitos anteriores ocorreram nos municípios de Arapongas e Nova Esperança.

Também foram confirmados mais 4.882 casos, somando 16.560 confirmações. São 12.465 novas notificações, totalizando 65.040 registros em 360 municípios (sete a mais do que o anterior). Há ainda, 19.051 casos em investigação.