Política

Com apelo popular, projetos levam muita polêmica ao Legislativo

“Linguagem Neutra” volta ao debate na sessão de hoje da Câmara de Cascavel

Com apelo popular, projetos levam muita polêmica ao Legislativo

 

 

Cascavel – Há menos de seis meses para o primeiro turno das eleições de 2022, pautas com apelo mais popular que técnico começam a pipocar nos legislativos municipais e estaduais, rendendo bastante polêmica e longos debates entre os parlamentares. Um exemplo dessas pautas são os projetos de lei aprovados ontem (4), na Câmara de Cascavel e também na Assembleia Legislativa do Paraná.

Em Cascavel, os vereadores aprovaram em primeiro turno de discussão e votação o Projeto de Lei nº 135/2021, de autoria do vereador Celso Dal Molin (PL), que proíbe a chamada linguagem neutra nas escolas e no material didático, na grade curricular e nas atividades de ensino desde o ensino fundamental até o superior e concursos públicos realizados na cidade. De acordo com a justificativa do vereador, a proposição pretende proteger o direito dos estudantes ao “correto aprendizado” da língua portuguesa.

A discussão da matéria foi polêmica, já que o projeto recebeu parecer contrário da Comissão de Educação da Câmara, comissão essa que é composta por três vereadores que também são professores. Além de manifestação contrária também do Conselho Municipal de Educação. O parecer, que afirma ser o projeto inconstitucional e que a norma culta da língua portuguesa é a única utilizada na educação em todo o país, não existindo nenhum ensino de linguagem neutra, acabou sendo derrotado por 14 votos a 6.

No entendimento do vereador Dal Molin, o uso de palavras e expressões consideradas como linguagem neutra pode prejudicar o processo de aprendizado dos alunos. “A posição neutra dificulta toda a estrutura de linguagem desde as crianças até aos adultos alfabetizados ou não, isso somado a existência das reais dificuldades com a norma atual”, afirma Dal Molin.

Após a discussão, também houve o pedido de adiamento da votação do projeto, o qual não foi aprovado. Durante a votação do mérito do projeto, os vereadores aprovaram a matéria por 14 votos a favor e 6 contrários. O PL volta para a votação final nesta terça-feira (5) e caso aprovado, segue para a sanção do prefeito.

Na próxima semana também deverá ser votado outro projeto com o mesmo apelo em Cascavel. O projeto proíbe a criação de um passaporte sanitário em todo o Município de Cascavel. O PL é de autoria do vereador Romulo Quintino (PL).

No ano passado a Câmara de Cascavel já havia debatido um projeto polêmico do vereador Quintino. O PL previa a proibição da criação de um banheiro unissex nas escolas do município. Na época, o PL não foi aprovado. O vereador chegou a dizer que tornaria a apresentar o projeto em 2022.

 

Na Alep

Esse tipo de projeto não é exclusividade das Câmaras de Vereadores. Na Assembleia Legislativa do Paraná também tramita projetos com esse mesmo foco de apelo mais popular e eleitoral, que técnico. Exemplo é a proposta que veda a obrigatoriedade do passaporte da vacina no Estado do Paraná. O projeto n° 655/2021, proíbe a exigência de passaporte da vacina contra a Covid-19 no Paraná.

O texto é assinado pelos deputados Ricardo Arruda (PL), Coronel Lee (DC), Delegado Fernando Martins (União) Delegado Jacovós (PL), Soldado Fruet (PROS) e Gilberto Ribeiro (PP). Segundo os deputados proponentes, esse projeto “assegura a plena liberdade e o direito de ir e vir em todo território paranaense”.

A proposta proíbe a exigência de documentação para contratação, obtenção e manutenção de trabalho, emprego ou cargo, público ou privado. Também proíbe a exigência de comprovante para obtenção de documentos e inscrições em concursos, matrícula em escolas, universidades e instituições de instrução e ensino congêneres, públicas ou privadas, entre outras atividades.

A matéria impede ainda que seja negado acesso a templos religiosos, repartições públicas, modais de transporte, eventos de qualquer natureza, escolas, universidades e instituições de instrução e ensino, tanto públicas quanto privadas, estabelecimentos comerciais, industriais e bancários e empresas prestadoras de serviços.

A polêmica proposição foi debatida e aprovada nas comissões de Constituição e Justiça; de Saúde Pública; de Educação; de Indústria, Comércio, Emprego e Renda; e de Fiscalização da Assembleia Legislativa e Assuntos Municipais.

 

Flávio Ulsenheimer/Assessoria CMC

Comissão pede gratificação para temporários

 

Os vereadores da Comissão Permanente de Educação, Professor Santello (PTB), Beth Leal (Republicanos) e Professora Liliam (PT), protocolaram Indicação à Secretaria Municipal de Educação para que realizem estudos para implantar gratificação aos professores e funcionários contratados como temporários para Escolas e CMEIs no Municípios que trabalham em unidades de longa distância e difícil acesso.

A proposição é uma forma de gratificar servidores contratados sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho que prestam serviços de forma temporária para Escolas e CMEIs da Rede Municipal de Educação, como parcela indenizatória das despesas de transporte e/ou estadia, sobre o vencimento básico. Com isso, o profissional receberá, além da remuneração normal, um percentual adicionado ao salário na proporção ao que hoje recebem os servidos concursados.