Política

Coluna Contraponto do dia 29 de março de 2018

Beto Richa: sempre o silêncio

O Paraná está em chamas e o governador Beto Richa permanece em seu silêncio obsequioso. Ora, se a comitiva de um ex-presidente passa pelo Paraná, registra tiros, ovos e pedras pelo caminho, não é uma nota oficial da área de Segurança que vai acalmar os ânimos. A sensação que Beto Richa passa aos paranaenses, ao manter-se, mais uma vez, distante das questões polêmicas, é o alheamento completo. Não houve quem, literalmente, mundo afora não se manifestasse sobre os tiros na caravana. Menos Beto Richa.

Prato cheio

Na qualidade de meio-governador, diante do fato que a família Barros já tem projeto pronto e acabado para governar o Paraná nos próximos 9 meses, Beto Richa poderia aproveitar o período que lhe resta para se inteirar dos problemas reais que acontecem no Estado. Para quem pretende disputar o Senado, é um prato cheio.

Beto & Canziani

Políticos que orbitam em torno do Palácio Iguaçu dizem estar confirmada a dupla Beto Richa (PSDB) e Alex Canziani (PTB) para concorrer às duas vagas de senador pelo Paraná na chapa de Cida Borghetti (PP). Canziani, deputado federal há cinco mandatos, com votações expressivas principalmente na região de Londrina, era mesmo o candidato preferido por Richa. Possivelmente lançará a filha para preencher a vaga que deixará na Câmara Federal.

O espalha-roda

O presidente estadual do PSB, Severino Araújo, causou profunda irritação na cúpula nacional do partido ao emitir nota em que classifica o ex-ministro Joaquim Barbosa como “autoritário”, “avesso à política” e criticou a sua eventual candidatura a presidente por considerá-la “inaceitável, pois suas ideias estão em conflito com a história e a tradição do PSB.”

Quase lá

O PSB nacional luta há tempos para conseguir a filiação de Barbosa e lançá-lo candidato ao Palácio do Planalto – que agora já parece confirmada. Os deputados federais da legenda, que veem no ex-presidente do STF um “puxador” de votos capaz de dar à legenda maior protagonismo político e ampliar as bancadas na Câmara e no Senado, também defendem o lançamento de sua candidatura.

Puxão de orelha

O aborrecimento da executiva do PSB vem de longe. Nos últimos meses, o partido fez o que podia para tirar o diretório estadual da sigla do comando de Severino, mas não conseguiu. Desta vez, porém, em razão dos ataques que fez a Barbosa, é possível que o “o caudilho socialista” do Paraná seja devidamente enquadrado.

Culpa sua

O partido responsabiliza Severino pelo fracasso da composição que o partido pretendia fazer com o candidato Osmar Dias, do PDT. Primeiro, queria sua filiação ao partido para lançá-lo candidato ao governo estadual. Depois, aceitou que Osmar permanecesse no PDT e recebesse o PSB como aliado. Os deputados estaduais tentaram ajudar nessa composição. Mas Severino, aliado de Beto Richa, bombardeou todas as possibilidades. Tanto em Brasília quanto no Paraná, Severino Araújo vem sendo tratado como um “espalha roda”.

Em Curitiba

O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) foi bem recebido em Curitiba. Falou para uma multidão de seguidores entusiasmados. No discurso, cujo áudio se perde diante da gritaria, Bolsonaro se refere ao “vagabundo” e também pediu palmas para um “general”. Já a caravana de Lula foi recebida com um intenso protesto, que gritava palavras nada bonitas de serem reproduzidas no jornal.