Política

Coluna Contraponto do dia 17 de junho de 2018

Como Nelson Leal negociou sua delação

O ex-diretor-geral do DER (Departamento de Estradas de Rodagem) Nelson Leal Junior já garantiu os benefícios que terá em troca da delação que propôs ao Ministério Público Federal e já homologada pelo TRF4: perderá o apartamento de Camboriú, no valor de R$ 2,5 milhões, e uma casa em Curitiba, de R$ 850 mil. Além disso, em vez de pegar 30 anos de cadeia, cumprirá prisão domiciliar com tornozeleira pelo prazo de 1 ano; em seguida ficará dois anos em regime aberto, sob monitoração eletrônica e proibição de saídas noturnas e nos fins de semana. Passados estes dois anos, será obrigado a prestar serviços comunitários de seis horas por semana.

Termo de colaboração

Tudo isso está escrito no Termo de Colaboração Premiada que Nelson Leal assinou perante procuradores do Ministério Público Federal no dia 4 de maio passado, condicionado, porém, ao fornecimento de provas de tudo o que revelou sobre o esquema de propinas que operou enquanto estava na diretoria do DER (2013 a 2018).

O esquema

O esquema principal era com a empreiteira Triunfo, controladora do consórcio Econorte que administra a rodovia BR-369. Segundo ele, a construtora superfaturava custos e obras para obter do DER aumentos maiores das tarifas de pedágio. Em troca, confessou Leal, ele recebia valores que lhe permitiram comprar o apartamento de luxo em Camboriú, alugar barcos e fazer depósitos em suas próprias contas bancárias.

Ainda não…

As partes já conhecidas da delação (apenas dois anexos) não incriminam o governador Beto Richa e/ou outros agentes públicos do andar de cima – o que não significa que seus nomes não tenham sido mencionados em outros anexos.

Feliz aniversário, Pedro!

O reajuste (ou não) ao funcionalismo público estadual seria decidido nesse sábado (16) num almoço em comemoração ao aniversário do deputado Pedro Lupion, o jovem líder do Governo na Assembleia Legislativa. A festa foi realizada na fazenda da família Lupion em Santo Antonio da Platina, no Norte Pioneiro, com a óbvia presença da governadora Cida Borghetti.

E o aumento, sai?

O deputado Pedro Lupion, seguindo a (também óbvia para quem é candidata à reeleição) intenção da governadora Cida Borghetti, articula na Assembleia uma maneira de assegurar para este ano eleitoral o reajuste do funcionalismo em índice pelo menos igual ao da inflação acumulada no ano passado. Os quase 300 mil servidores estaduais da ativa e aposentados bem que gostariam de estar presentes à festa e até dispostos a cantar parabéns e desejar “Feliz aniversário, Pedro!”, se lá ouvissem que o reajuste vai acontecer.

Fardas de PMs

Deu polêmica a notícia publicada no Blog do Contraponto de que policiais militares são obrigados a comprar determinados uniformes que usam em serviço. Ofício da Polícia Militar informou batalhões que requisitaram uniformes novos que, de acordo com parecer da secretaria estadual da Fazenda, o valor das fardas já está incluído nos subsídios pagos aos policiais militares e que, portanto, a reposição deve ser feita por conta deles.

O que houve?

Não há confirmação de que a Secretaria da Fazenda tenha mudado seu entendimento, mas a secretaria de Segurança Pública deu informação divergente à transmitida pela PM aos seus batalhões. Em nota dirigida ao Contraponto, a assessoria da pasta disse que: “A Secretaria da Segurança Pública do Estado do Paraná informa que o fardamento da Polícia Militar será adquirido pelo Governo do Estado. A Secretaria da Fazenda já aprovou a liberação de R$ 5 milhões para a compra de fardas tanto para a Polícia Militar quanto para o Corpo de Bombeiros. Já está em andamento a licitação na modalidade registro de preços para a aquisição do uniforme.”