Policial

Câmeras permitem maior amplitude na fiscalização

Outra função muito importante que a ferramenta permite é a autuação de motoristas infratores

Cascavel – Sorria, você está sendo filmado. Ou melhor, atenção, você está sendo fiscalizado. Independente da expressão, o fato é que a Delegacia de PRF (Polícia Rodoviária Federal) de Cascavel está 24 horas por dia atenta ao que ocorre nas rodovias da região, em especial as BRs 277 e 369, graças ao sistema de videomonitoramento da corporação.

Com câmeras espalhadas por todo o trecho, a PRF consegue ter uma visão maior, permitindo uma fiscalização mais ampla e mais eficiente. Por meio deste sistema, é possível deslocar viaturas com mais agilidade a situações de acidentes, monitorar o fluxo de veículos e, também, combater a criminalidade nas rodovias.

Outra função muito importante que esta ferramenta permite é a autuação de motoristas infratores. A resolução 471 do Contran (Conselho Nacional de Trânsito), de dezembro de 2013, estabelece diretrizes que permitem que os agentes ou autoridades de trânsito notifiquem condutores flagrados em tempo real por sistemas de videomonitoramento. “A notificação tem que ser feita em tempo real. O agente verificou a infração e já faz a notificação, como se ele estivesse na pista. A única diferença é que ele faz isso à distância, sem a necessidade de abordagem”, destaca o PRF Allyson Vidor, responsável pelo setor de Relações Públicas da Delegacia de Cascavel.

Ele ressalta que o outro requisito é a presença de placas indicando a fiscalização policial por câmeras.

Vidor salienta que o objetivo do videomonitoramento é permitir uma visualização maior das rodovias, e que a autuação de condutores está em segundo plano. “O policial não vai fiscalizar apenas para fazer a infração. Ele vai monitorar a questão do trânsito para dar mais segurança aos usuários e, se possível, fará as autuações”, comenta.

Os olhos da PRF

Ao todo, a Delegacia de PRF de Cascavel conta com 71 câmeras de monitoramento espalhadas pelas BRs 277 e 369. As unidades operacionais de Catanduvas e Ubiratã também contam com equipamentos que permitem uma fiscalização mais ampla. Segundo Allyson Vidor, as câmeras possuem alcance de dois a três quilômetros, dependendo da qualidade do aparelho. Em Cascavel, o sistema de videomonitoramento funciona há cerca de um ano.

Câmeras flagram situações absurdas nas rodovias

Ultrapassagens em locais proibidos, estacionamento no acostamento e conversões proibidas são as condutas “campeãs” no ranking de infrações flagradas pelo sistema de videomonitoramento da PRF de Cascavel. Porém, há uma gama muito maior de infrações comumente praticadas por motoristas que trafegam pelas rodovias da região.

Pelas câmeras é possível flagrar diversas condutas irregulares de condutores. As infrações vão desde deixar de usar cinto de segurança, falar ao celular enquanto dirige, avanços de semáforo, deixar de ligar os faróis na rodovia, dentre outros. Nenhuma infração escapa do “Big Brother” das rodovias.

Também há infrações absurdas, como o caso do motorista que estacionou sobre a BR-277 para ir a um estabelecimento às margens da rodovia. A cena foi flagrada no último dia 8. “São diversas as situações flagradas, mas esta foi a que mais nos chamou atenção, pelo fato de o motorista ser um folgado e ter parado e ficado tanto tempo sobre a pista”, afirma Allyson Vidor.

Na ocasião, o motorista estacionou seu veículo sobre a pista de rolamento por quase dez minutos, atrapalhando o fluxo de veículo e obrigando os condutores dos outros veículos a desviar. Como se não bastasse, na saída ele fez uma conversão irregular sobre a pista e trafegava com os faróis desligados. Foram três infrações, com multa superior a R$ 600, além de 19 pontos na carteira de habilitação do “folgado”.

Além de possibilitar autuações de forma remota, o videomonitoramento permite que acidentes sejam elucidados, como, por exemplo, a batida entre uma caminhonete e uma moto que resultou na morte de Antônio Carlos Barreto do Carmo. A colisão ocorreu no dia 27 de julho deste ano, na BR-277, no trevo de acesso ao Bairro Cascavel Velho. “Na ocasião, várias testemunhas relataram que a moto estava transitando na contramão, porém, na verdade, a motocicleta foi tocada por um Volkswagen Fusca e, por isso, invadiu a pista contrária. Isso só foi possível constatar por esse sistema”, ressalta Vidor. Após a batida frontal com a caminhonete, a moto explodiu, causando a morte do condutor. O condutor do Fusca que causou o acidente fugiu sem prestar socorro, mas foi identificado e responsabilizado com auxílio das câmeras.