A realização do Flamengo X Vasco no Engenhão, pela semifinal da Taça Guanabara, com presença de ambas as torcidas, é um fato que pouco a pouco começa a ser construído nos bastidores das negociações entre os clubes, a federação do Rio e os órgãos do Judiciário.
O anúncio de Juiz de Fora na noite de segunda, negado por prefeitura da cidade e polícia local, foi apenas uma trapalhada numa rota que sempre levou ao estádio Nilton Santos, com o único senão de que é preciso derrubar uma liminar. Clubes e federação esperavam que a Procuradoria Geral do Estado obtivesse uma vitória sobre a decisão do juiz Guilherme Schilling, do Juizado Especial do Torcedor e Grandes Eventos. Os dias passaram, a liminar se manteve e a partida caminha para uma situação insolúvel.
– Seria interessante (a proposta). Mas precisaria cassar a liminar – disse o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello.
Realizá-la com torcida única esbarrava na resistência de Eurico Miranda, que se sente inteiramente desobrigado a mandar o time a campo caso a liminar se mantenha. Isso gerariam imbróglios e adiamentos que, num calendário apertado, não interessa a ninguém – a tal ponto que a federação do Rio rasga o próprio regulamento, que proíbe partidas fora do estado.
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A alternativa para um jogo no Engenhão com meio a meio na arquibancada ainda existe. Os clubes e federação estariam dispostos até a pagar RAS (Regime Adicional de Serviço), que permite que policiais de folga trabalhem sem que haja necessidade de reposição do descanso, o que garantiria o efetivo para o clássico.
O Grupamento Especial de Policiamento de Estádios (Gepe), que faz o policiamento dentro das arenas e escolta às organizadas, garante que há efetivo para realizar o jogo com duas torcidas no Engenhão. Caso o clássico seja confirmado no Rio, a operação do jogo entre Fluminense e Madureira, em Volta Redonda, também no sábado, passaria para o Batalhão local.
– Só posso responder pelo Gepe, temos 110 homens. O policiamento do entorno é de repsonsabilidade de outras áreas, como cavalaria, choque e batalhões próximos – disse o Major Silvio Luiz, comandante do Gepe. – O Gepe se mobilizaria se o clássico fosse em Juiz de Fora ou em outra praça, desde que próxima. Teríamos que fazer a escolta das organizadas, por prevenção pois as torcidas podem se encontrar por exemplo na Serra de Petrópolis. Trabalhamos assim quando temos clássicos do Rio em Juiz de Fora, SP ou Cariacica.
