Economia

No Paraná: Confiança na indústria é a maior em 11 meses

São seis pontos a mais do que o registrado em outubro e 1,7 ponto acima de novembro do ano passado, quando chegou a 65,6 pontos.

Curitiba – A confiança do industrial paranaense, medida em novembro, é a mais alta desde dezembro de 2018. De acordo com informações do departamento econômico da Fiep (Federação das Indústrias do Paraná), o Icei (Índice de Confiança do Empresário Industrial) chegou a 67,3 pontos este mês, numa escala que vai até 100.

São seis pontos a mais do que o registrado em outubro e 1,7 ponto acima de novembro do ano passado, quando chegou a 65,6 pontos. O resultado do Paraná acompanhou a tendência nacional sinalizada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), que apontou crescimento no indicador nacional, em 62,5 pontos.

O Icei é composto pelo indicador de condições (avaliação dos últimos seis meses) e de expectativas (próximos seis meses) das empresas e da economia. Ao decompor o resultado, houve avanço considerável em ambos. O primeiro subiu 6,4 pontos em relação a outubro, chegando a 61,6 pontos. Já o de expectativas teve alta de 5,9 pontos, somando 70,3 pontos no total.

Uma explicação para o otimismo é um possível aumento nas vendas do varejo neste fim de ano, estimulado, principalmente, pela liberação de parte dos recursos do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), e, também, pelo aquecimento fomentado com o pagamento do 13º salário aos trabalhadores. “Esses recursos tendem a encontrar vazão na atividade de consumo, ainda mais num momento em que há um ciclo de queda na taxa básica de juros da economia. Atividades que dependem de crédito, por exemplo, tendem a crescer neste contexto”, afirma o economista da Fiep, Evânio Felippe.

Outra aposta do economista que pode ter tido reflexo na pesquisa é o início das discussões da Reforma Tributária no Congresso Nacional. “A necessidade de construir um sistema tributário racional e simplificado, que gere menos dúvidas e gastos para as empresas, e que fomente o crescimento do setor produtivo, é uma questão prioritária para o país. Uma melhora nesta área vai eliminar custos com processos e de pessoal, gerar ganho de eficiência e até atrair investimentos para o País”, avalia Felippe.

A aprovação da Reforma da Previdência também sinaliza ao industrial que há uma preocupação maior do governo em controlar os gastos públicos e obter maior equilíbrio fiscal. Isso também interfere na confiança do empresário para fazer novos investimentos e pode até atrair capital estrangeiro para o país.

Sondagem

O aumento de 6,7% na produção industrial do Estado, acumulado entre janeiro e setembro, e que coloca o Paraná na liderança nacional este ano, contribui para a percepção mais positiva do empresário. Outro fato importante é o resultado da Sondagem Industrial de outubro, divulgada pela CNI, que confirma parte desse otimismo do empresário paranaense.

Na comparação com o mês anterior, 48% das empresas pesquisadas no estado revelaram ter registrado aumento no volume de produção. Outras 52% informaram prever crescimento na demanda por seus produtos (de vendas) nos próximos seis meses. E 56% das avaliadas afirmaram que têm intenção de fazer novos investimentos.

“Este é um bom sinal e reforça a melhora gradual nas expectativas do empresário. Porém, para recuperar as perdas acumuladas no período de crise ainda preciso aumentar os investimentos no setor produtivo para que cheguem ao mesmo nível em que estavam até 2014. A confiança precisa ser traduzida em retomada do investimento para o Paraná e o Brasil voltarem a crescer”, conclui.