Economia

Codesu vai ampliar planejamento integrado de ferrovias e rodovias

Grande exportador de grãos, o Mato Grosso do Sul não tem saída para o mar e conta com a integração logística com os outros estados para o acesso ao mercado internacional

Os governadores Carlos Massa Ratinho Junior (Paraná); Carlos Moisés (Santa Catarina); o vice-governador do Rio Grande do Sul, Ranolfo Vieira Junior; e o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico do Mato Grosso do Sul, Jaime Verruck, se reúnem em Chapecó (SC) para a primeira reunião do ano do Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul (Codesul).
Os governadores Carlos Massa Ratinho Junior (Paraná); Carlos Moisés (Santa Catarina); o vice-governador do Rio Grande do Sul, Ranolfo Vieira Junior; e o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico do Mato Grosso do Sul, Jaime Verruck, se reúnem em Chapecó (SC) para a primeira reunião do ano do Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul (Codesul).

 

 

Chapecó – Os quatro estados que compõem o Codesul (Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul) planejam projetos conjuntos para melhorar a infraestrutura da região, com destaque para os modais rodoviários e ferroviários. Os governadores do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior; e de Santa Catarina, Carlos Moisés da Silva; o vice-governador do Rio Grande do Sul, Ranolfo Vieira Junior; e o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico do Mato Grosso do Sul, Jaime Verruck, discutiram o tema ontem (21), em Chapecó (SC), na primeira reunião do ano do bloco.

Eles assinaram a resolução que cria o Grupo de Trabalho para o Planejamento Integrado de Rodovias e Ferrovias do Codesul, que vai concentrar as ações para a integração logística entre os estados, que estão entre os principais produtores do agronegócio brasileiro. O projeto de maior envergadura nessa área é a Nova Ferroeste, que vai ligar Maracaju (MS) ao Porto de Paranaguá, no Litoral do Estado, e tem nos planos um ramal interligando Cascavel e Chapecó, cidades do Oeste paranaense e catarinense.

Ratinho Junior destacou que o projeto da nova ferrovia, que terá 1,3 mil quilômetros de extensão e investimento previsto de R$ 30 bilhões, está bastante avançado. A previsão é que as audiências públicas ocorram em abril. A liberação da licença prévia deve sair no final de maio, com a expectativa de que o projeto vá a leilão na Bolsa de Valores ainda neste semestre.

“Iniciamos os estudos para a ampliação da ferrovia em 2019, mas a discussão para ligar Maracaju ao Porto de Paranaguá vem de décadas. O Mato Grosso do Sul depende muito do porto e é também um grande fornecedor de matéria prima para a produção de proteína animal. Paraná e Santa Catarina respondem por 70% da carne de porco e de frango exportada pelo Brasil”, salientou Ratinho Junior.

 

AMPLIAÇÃO

Com o novo traçado entre o Mato Grosso do Sul e o Paraná, o Governo de Santa Catarina também prevê ampliação de sua malha ferroviária, de Leste a Oeste do Estado e também entre os portos de Itajaí e Araquari. “É uma visão de futuro para Santa Catarina. Com a conexão entre Cascavel e Chapecó, vamos começar a trabalhar com projetos de Chapecó até o Planalto Serrano de Santa Catarina, formando um importante corredor Leste-Oeste”, explicou Carlo Moisés.

“Ao invés de rejeitar qualquer projeto que venha de outro estado, queremos aproveitar a integração que já temos através do Codesul. Os quatro estados são muito parecidos economicamente, e uma integração logística regional trará ganhos de eficiência, além da redução dos custos de transporte da produção e de insumos, principalmente para o Oeste catarinense. São investimentos coordenados, de médio a longo prazo”, destacou o governador de SC.

Grande exportador de grãos, o Mato Grosso do Sul não tem saída para o mar e conta com a integração logística com os outros estados para o acesso ao mercado internacional. “Temos um posicionamento muito forte em buscar saídas logísticas, exatamente pela dificuldade de acessar os portos”, explicou Jaime Verruck.

“A competitividade do Mato Grosso do Sul passa necessariamente pela redução dos custos de transporte, e o nosso foco é a ferrovia. A Nova Ferroeste vai adentrar justamente na maior região produtora do Estado, 60% do que produzimos está no eixo da ferrovia”, salientou o secretário do MS.

“A forma como a malha está sendo concebida, de não adentrar unidades de conservação, áreas indígenas e quilombolas, antecipou muito o cronograma. A ferrovia vai gerar o desenvolvimento integrado de todas as regiões, já que ela também se conecta com a Malha Oeste, promovendo uma integração nacional”, complementou.

 

Foto: AEN