Curitiba – Novembro foi um mês importante para a economia paranaense, que começa a dar sinais de reaquecimento. Um dos termômetros deste cenário é a alta na arrecadação do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), que atingiu R$ 3,1 bilhões.
Essa é a maior receita do ano do tributo, em números absolutos. O valor é 5,7% superior ao montante arrecadado no mesmo mês de 2019, quando a receita alcançou R$ 2,9 bilhões. A variação positiva de novembro é a segunda mais significativa de 2020, atrás apenas do crescimento observado em outubro, de 9,1%.
O principal responsável pelo crescimento foi o comércio atacadista. O segmento, que tem participação de 19,8% total do imposto recolhido, obteve expressivo crescimento de R$ 118 milhões no comparativo com o mesmo mês do ano passado. Uma variação de 21,7%.
O comércio varejista teve segundo maior aumento em relação a 2019 (21%), enquanto a indústria registrou uma alta de 11%. Por outro lado, setores importantes registraram queda na arrecadação. É o caso dos segmentos de combustíveis (-3,4%) e energia (-8,1%).
O bom desempenho pelo segundo mês consecutivo ajuda a reduzir o impacto das perdas de ICMS acumuladas durante o ano. De janeiro a novembro, a arrecadação caiu R$ 1,2 bilhão em relação ao mesmo período de 2019. Em relação ao estabelecido na LOA (Lei Orçamentária Anual) de 2020, a diferença é de R$ 1,08 bilhão.
Os segmentos do varejo com maiores crescimentos em relação a novembro do ano passado foram áudio, vídeo e eletrodomésticos (54%); materiais de construção (30%); informática e telefonia (10%); farmácias (9%); cosméticos, perfumes e higiene pessoal (7%); hipermercados e supermercados (6%); e cama, mesa e banho (4%). Foram registradas quedas nos setores de veículos novos (-9%), vestuário e acessórios (-12%), calçados (-19%) e restaurantes e lanchonetes (-22%).
No acumulado do ano, o setor restaurantes e lanchonetes segue como o mais afetado pela crise, com retração de 33% de janeiro a novembro, frente ao mesmo período do ano passado. Seguem também no vermelho calçados (-29%); vestuário (-23%); veículos novos (-14%); cama, mesa e banho (-8%); e cosméticos e perfumes (-3%).
De outra parte, os grupos de informática e telefonia (4%), farmácias (6%), hipermercados e supermercados (10%), material de construção e ferragens (22%), e áudio, vídeo e eletrodomésticos (23%) acumulam altas nas vendas em 2020.
Cascavel
Apresentado pela primeira vez pelo Boletim Econômico, o ICR (Índice de Consumo Regional) é elaborado pelo Ipardes a partir das emissões da Nota Fiscal de Consumidor, especificamente no âmbito das atividades comerciais, disponibilizando resultados para o Paraná e as suas seis regiões intermediárias, com correção de valores pelo IPCA.
Em novembro de 2020, comparativamente a outubro, foram observados decréscimos do ICR no conjunto do Estado e em cinco das seis territorialidades analisadas – sendo exceção apenas a Região Intermediária de Cascavel, com alta de 2,7 pontos percentuais.
No Estado, a queda verificada no mês de novembro representa a interrupção do movimento de recuperação iniciado em maio.
Confira números de destaque, na comparação com o mesmo período de 2019
5,7% – Variação na arrecadação de ICMS em novembro
R$ 1,2 bilhão – Queda de ICMS no acumulado do ano
23% – Crescimento na venda de equipamentos de áudio, vídeo e eletrodomésticos no acumulado de 2020
33% – Queda acumulada este ano nas vendas do setor de bares e restaurantes
12% – Crescimento nas vendas de tratores no Paraná em novembro, interrompendo as sucessivas quedas registradas desde abril
51% – Queda nas vendas de notebooks em novembro, contrastando com o alto crescimento registrado em junho, julho e agosto
40% – Índice de isolamento social observado no Paraná na última semana de novembro