São Paulo – O cenário pouco favorável no exterior e internamente, após atritos entre a CPI da Covid e as Forças Armadas, além de perda de capital político do presidente Jair Bolsonaro, fez o dólar bater em R$ 5,31 na máxima dessa quinta-feira (8). No fim do pregão, mesmo após intervenção do Banco Central, a moeda fechou com alta pela oitava vez seguida, de 0,29%, cotada a R$ 5,2554 – maior valor desde 26 de maio. O clima de aversão aos riscos também afetou a Bolsa Brasileira (B3), que fechou em queda de 1,25%, aos 125.427,77 pontos.
Pela manhã, uma combinação de zeragem de posições “vendidas”, busca por proteção (hedge) e movimentos especulativos levou o dólar a romper a barreira de R$ 5,30, batendo em R$ 5,3133 – alta de 1,39% -, na máxima do dia. A sangria do real só foi estancada pela intervenção do Banco Central com uma oferta avaliada em US$ 500 milhões de 10 mil contratos de swap cambial (equivalente à venda de dólares no mercado futuro), completamente absorvida pelos investidores.
A moeda americana perdeu força, virou para o terreno negativo e registrou sucessivas mínimas no início da tarde, descendo até R$ 5,2198. O movimento coincidiu com a queda do fôlego do dólar em relação a outras moedas emergentes, como o peso mexicano e o rand sul-africano. O dólar para agosto subiu 0,48%, a R$ 5,2710.
Inflação
Ainda por aqui, principal dado do dia, o IPCA mostrou em junho avanço de 8,35% em 12 meses, o maior desde setembro de 2016. Ainda assim, houve desaceleração na leitura de junho (0,53%) ante a de maio (0,83%). “O número [de junho] reforçou as apostas de um aumento de 1 ponto porcentual na próxima reunião [do Copom], em agosto, ao passo que o mercado já precifica na curva de juros que a Selic chegará em 7% ainda este ano”, diz Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora.