BRASÍLIA A divulgação da gravação de conversa do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), foi rechaçada nesta quarta-feira pela cúpula tucana como mais uma tentativa do delator de valorizar sua colaboração, tentando induzir o grampeado com as mesmas perguntas feitas ao senador Romero Jucá (PMDB-RR) a fazer considerações sobre o PSDB e o presidente Aécio Neves.
Em nota divulgada hoje, a direção do PSDB diz que fica cada vez mais clara a tentativa deliberada e criminosa do senhor Sérgio Machado de envolver em suspeições o PSDB e o nome do senador Aécio Neves, em especial, sem apontar um único fato que as justifique. As gravações se limitam a reproduzir comentários feitos pelo próprio autor, com o objetivo específico de serem gravados e divulgados. É inaceitável essa reiterada tentativa de acusar sem provas em busca de conseguir benefícios de uma delação premiada. Por isso será acionado pelo partido na Justiça diz a nota.
A nota divulgada pelo PSDB diz ainda que, sobre a referência ao diálogo entre os senadores Aécio Neves e Renan Calheiros, o senador Aécio manifestou a ele o que já havia manifestado publicamente inúmeras vezes: a sua indignação com as falsas citações feitas ao seu nome.
Na gravação, o Sérgio faz as formulações tentando induzir a respostas. E mesmo que o interlocutor que está sendo gravado não concorde, ele deixa a insinuação no ar. Isso é inadmissível! protestou Aécio.
O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), diz que depois de roubar por anos seguidos, Sérgio Machado quer agora arrastar inocentes para ter redução de penas.
Cretinice própria dos bandidos. Não apresenta um fato sequer, faz apenas referências vagas para tentar levar todos para o lugar onde ele está: a lama. E da lama não sairá, porque roubou todos esses anos e de forma torpe tenta incriminar inocentes para ter redução da pena e escapar da cadeia além de salvar algum dinheiro que roubou do povo brasileiro. Bandido da mais alta periculosidade reagiu Cunha Lima.
O presidente da comissão de Relações Exteriores do Senado, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), disse que Machado saiu por aí gravando “os amigos” para ver se arrancava alguma novidade para sua delação.
Não há nada que atribua ao senador Aécio qualquer ação reprovável. Sérgio Machado saiu por aí com gravador ligado ouvindo amigos dele à traição, desesperado para entregar aos investigadores alguma “novidade “que pudesse justificar a homologação de sua delação. O máximo que conseguiu no tocante ao senador Aécio e ao PSDB foram mexericos sem fundamento comentou o senador tucano.