NOVA YORK ? O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, escolheu mais dois nomes do seu futuro gabinete na Casa Branca, segundo sua equipe de transição. O senador Jeff Sessions, que compartilha da dura retórica anti-imigração do magnata, foi o escolhido para procurador-geral do novo governo. No passado, ele foi alvo de uma polêmica por ter sido acusado de racismo contra um promotor. E o republicano Mike Pompeo deverá ocupar o cargo de diretor da CIA. As informações foram antecipadas em condição de anonimato por uma fonte, que diz que os políticos já aceitaram ocupar as funções em 2017, mas não foram confirmadas oficialmente pela equipe de Trump. Sessions e Pompeo precisariam da confirmação do senado para assumir os cargos
A escolha de Sessions para a Procuradoria-Geral é um potencial sinal de avanço para a retórica linha-dura contra a imigração adotada por Trump durante a sua campanha presidencial. O senador de 69 anos, que já foi procurador-geral do Alabama e procurador dos EUA, se opõe a qualquer caminho legal que ofereça a cidadania americana para imigrantes irregulares. Ele se mostrou um entusiasta da promessa de Trump de construir um muro na fronteira mexicana, uma das maiores polêmicas da corrida eleitoral.
Segundo a “Bloomberg”, um assessor do presidente eleito telefonou para o senador Ted Cruz, que também era cotado para ocupar o cargo após ter deixado a corrida presidencial. Ele foi informado de que Sessions levaria o cargo, de acordo com o veículo.
Já Pompeo é um republicano conservador. Ele faz duras críticas ao presidente dos EUA, Barack Obaa, pelo acordo nuclear com o Irã.
Os relatos ainda não foram confirmados pela equipe de Trump, que dizem que a informação só será oficial quando o presidente eleito anunciá-la pessoalmente. No entanto, na quinta-feira, um comunicado elogiava a carreira de Sessions:
“Enquanto nada foi finalizado e ele (Trump) ainda está conversando com outras pessoas para formar seu gabinete, o presidente-eleito ficou inacreditavelmente impressionado com o senador Sessions e o seu fenomenal registro como procurador-geral do Alabama e procurador dos EUA”.
Em 1986, Sessions foi a segunda pessoa em 50 anos a ter sua confirmação como juíz federal negada por alegações de que ele tinha feito comentários racistas. Em testemunho, um promotor disse que o senador o chamou de “menino” e disse que ele deveria ter cuidado com o que dizia para pessoas brancas. O senador negou as acusações.
? Sessions é uma lembrança de uma era vergonhosa, que americanos negros e brancos pensaram que estava no passado ? disse, em 1986, o senador democrata Edward Kennedy.