Brasília – Seria até lógico pensar que é natural o número de aposentados e pensionistas no Paraná se equiparar ao de idosos. No Estado, 14,6% da população têm mais de 65 anos, sendo que 14,5% dos cidadãos recebem pensões ou aposentadorias pela Previdência Social. O cálculo, no entanto, é outro. Enquanto, a cada ano, cresce a expectativa de vida dos brasileiros, e dos paranaenses, inclusive, mais gente continua mudando do status de trabalhador contribuinte para o de beneficiário aposentado. Isso tudo cada vez mais cedo.
O Brasil ainda não tem idade mínima estabelecida para aposentadoria. Esta é, inclusive, umas das metas da reforma da Previdência proposta pelo governo federal e que está em discussão na Câmara dos Deputados. Estima-se o mínimo de 65 anos de idade para homens se aposentarem e 62 anos para mulheres. Se aprovada, reforma vai instituir idade mínima para aposentadoria no Brasil.
Pesquisa do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) revela que o número de idosos e de beneficiários da Previdência cresceu no Paraná em 23 anos. Os gastos com contribuições, no entanto, não se equilibrou. Em 1992, 6,9% da população tinham mais de 65 anos. Enquanto isso, 7% dos cidadãos residentes no Estado recebiam pensão ou aposentadoria. Em 2016, os dois índices mais que dobraram: 14,6% da população são de idosos enquanto 14,5% recebem benefícios previdenciários.
O Paraná tem uma das maiores expectativas de vida do País. Em 2016, essa previsão do tempo de vida de um paranaense ao nascer era de 77,1 anos.
Um dos idealizadores do estudo previdenciário, Rogério Nagamine é coordenador de Previdência do Ipea. Para ele, é satisfatório que haja aumento da expectativa de vida e de envelhecimento, desde que isso continue sendo feito de forma planejada.
“Claro que é positivo que as pessoas estejam vivendo mais. Isso é algo que tem que ser comemorado porque significa, inclusive, melhora da qualidade de vida. Só para se ter uma ideia, em 1940 as pessoas de 65 anos tinham expectativa de vida de chegar até os 75 anos. Hoje elas têm uma expectativa de chegar até os 83. Então era de 10 anos, hoje é 18. Agora, isso influencia a Previdência em que sentido? Os benefícios tendem a ter uma duração maior. Então é seu impacto sobre a Previdência. Repito, é positivo, mas é necessário fazer um planejamento em relação a esses impactos”, afirma.
A previsão de votação da reforma em plenário é em 19 de fevereiro, tão logo os deputados voltem do recesso e passe o Carnaval.