Pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde) terão acesso a dez terapias alternativas, chamadas de Práticas Integrativas e Complementares, que podem ajudar na prevenção de doenças como depressão e hipertensão. O Ministério da Saúde anunciou a incorporação dos tratamentos terapêuticos no dia 12 de março, e, dentre eles, a hipnoterapia (utilização de Estados Alterados de Consciência), um método alternativo envolvendo hipnose terapêutica.
O psicólogo, especialista em Medicina Comportamental e hipnoterapeuta Valdecy Carneiro, fundador da Siah (Sociedade Interamericana de Hipnose), explica que a hipnose é uma das mais eficazes ferramentas para atuação na psiconeuroimunoendocrinologia do indivíduo, ou seja, com a hipnoterapia é possível trabalhar a neuroplasticidade, a capacidade que nosso sistema nervoso tem de se refazer e de (re)criar novos caminhos neuronais.
A hipnose terapêutica pode ajudar o indivíduo a se livrar de traumas, fobias, comportamentos indesejados, vícios, desbloquear aprendizados, melhorar concentração e memória, aperfeiçoar desempenhos, além de auxiliar no tratamento de transtornos: alimentares (obesidade, anorexia, bulimia, compulsões), de ansiedade (medos, fobias, TOC), de humor (depressão, distimia, bipolar), sexuais femininos e masculinos (frigidez, anorgasmia, dispareunia, vaginismo psicogênico, ejaculação precoce, impotência, entre outros).
Para Carneiro, a inclusão das terapias alternativas é um grande passo no sistema de saúde pública em direção a maior qualidade de vida da população. “As terapias alternativas, hoje nomeadas de Práticas Integrativas e Complementares, sempre visaram ao tratamento do indivíduo como um todo, de maneira não fragmentada”.
Segundo o especialista, o acolhimento, a proximidade e o cuidado gerados, bem como maior facilidade de agendamento com os profissionais praticantes de PICs, gera uma maior humanização do atendimento.
A hipnose
A hipnose já é reconhecida no Brasil por quatro Conselhos Federais: Psicologia (CFP), Medicina (CFM), Odontologia (CFO) e Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Coffito), segundo o especialista. “Com essa inclusão como terapia alternativa pelo SUS, a hipnoterapia, sem dúvida, recebe reconhecimento e validação merecidas no conjunto de práticas que promovem a saúde e o bem-estar biopsicossocial”, comenta Carneiro.
Outras terapias
O SUS já oferecia desde 2006 os tratamentos de acupuntura, homeopatia, fitoterapia, antroposofia e termalismo. Ano passado, foram incluídas mais 14 práticas: arteterapia, ayurveda, biodança, dança circular, meditação, musicoterapia, naturoterapia, osteopatia, quiropraxia, reflexoterapia, reiki, shantala, terapia comunitária integrativa e ioga.
Agora, a lista conta com 29 práticas, com a inclusão de: apiterapia, aromaterapia, bioenergética, constelação familiar, cromoterapia, geoterapia, hipnoterapia, imposição de mãos, ozonioterapia e terapia de florais.