JERUSALÉM O novo ministro da Defesa de Israel, Avigdor Lieberman, tomou posse nesta segunda-feira no Knesset (Parlamento israelense), se dizendo disposto a negociar com países árabes e afirmando ser favorável à solução biestatal. A nomeação teve o apoio de 55 parlamentares, enquanto outros 43 se manifestaram contrariamente. Benny Begin, do Likud, partido do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, se absteve da votação.
Lieberman, líder do partido Yisrael Beiteinu, se juntou à coalizão que governa o país, após o fracasso das negociações com a União Sionista, de centro-esquerda. Nos últimos dias, o partido Lar Judaico, liderado pelo ministro da Educação, Naftali Bennett, ameaçou votar contra a indicação de Lieberman, a menos que fossem realizadas mudanças nos ministérios ligados à segurança nacional. A crise foi resolvida com a proposta do ministro da Saúde, Yaakov Litzman, de que o presidente do Conselho Nacional de Segurança, Yaakov Nagel, atuasse como um secretário ministerial de segurança, com a missão de trabalhar ao lado de ministros responsáveis pela Defesa e pelos desenvolvimentos diplomáticos.
Antes da votação, deputados de oposição subiram à tribuna e criticaram o primeiro-ministro e sua escolha para o Ministério da Defesa.
Digo a Israel o que disse no dia em que me desliguei da equipe do primeiro-ministro: Netanyahu não é a solução. Ele é parte do problema afirmou o trabalhista Amir Peretz.
Seu correligionário, Miki Rosetnthal criticou a escolha de Lieberman, que classificou como uma pessoa racista, violenta, irresponsável e corrupta.
Há nomes mais perigosos. O primeiro-ministro, por exemplo. Desde que foi eleito ele se apoderou da agenda de Lieberman e aumentou perigosamente a retórica contra a população árabe afirmou o parlamentar Ahmad Tibi, que criticou Yitzhak Herzog, líder da União Sionista, por ter tentado se juntar ao governo. Em geral, a oposição derruba os governos. Desta vez, o governo derrubou a oposição e coroou Lieberman.