Os índices de infestação do mosquito Aedes aegypti que dobraram do começo do ano até este mês de março em toda a cidade de Cascavel, deixou as autoridades de saúde em alerta. E as regiões em que existem casos confirmados ou suspeitos com sintomas característicos da doença estão recebendo a aplicação do inseticida por meio da bomba costal, em um raio de 300 metros do endereço do morador infectado ou com suspeitas tanto de dengue, quanto por zika ou chikungunya.
De acordo com a coordenadora de endemias, Ana Paula Barboza, em todos os casos suspeitos e notificados primeiro é realizada a atividade de campo e, quando então o caso é confirmado é feita a aplicação do inseticida ou ainda em locais em que é comprovada a quantidade elevada de larvas. “O inseticida usado na bomba é o mesmo do fumacê, mas nesse caso ele mata o mosquito quando acaba pegando-os no ar, quando o mosquito tem contato com o veneno”, explicou.
O fumacê por atingir toda uma grande área é apenas indicado nos casos de epidemia, como ocorreu em Cascavel no ano passado em que a cidade acabou atingindo a marca de 13.010 casos e 15 óbitos pela a doença. Neste ano, mesmo com apenas 28 casos positivos, o trabalho foi intensificado, até porque o cenário pode mudar de uma semana para a outra, assim como ocorreu no ano epidemiológico anterior e, dessa forma, com mais mosquitos infectados, fica ainda mais difícil a eliminação.
“Estamos em um período bem crítico, com muita chuva e calor em seguida. Precisamos do apoio da população, para aproveitar os dias de sol para que os moradores verifiquem suas calhas, caixas de água, vasos de plantas e outros locais que possam acumular água”, reforçou a coordenadora. Nesta semana, a partir da quinta-feira (23) serão colocadas caçambas no Bairro Santo Onofre.
Nas próximas semanas, a mesma ação será realizada nos bairros Santa Cruz e Alto Alegre. O objetivo é que a população destine lixo de pequeno volume e retire os entulhos dos quintais, locais que podem ser foco de proliferação do mosquito. Com essa ação, o Cascavel já recolheu 76 toneladas de lixo dos bairros 14 de Novembro, Interlagos e Esmeralda, o que surtiu efeito, uma vez que os índices nessas regiões recuaram.
Paralelo a isso, os agentes de endemias estão trabalhando com os alunos nas escolas municipais, na conscientização e na importância do combate ao mosquito, para que eles repliquem as informações aos pais. “Precisamos que o trabalho seja feito e que não fique para amanhã, já que existe um risco muito alto de termos uma nova epidemia”, ratificou a coordenadora.
Alto risco
A Secretaria Municipal de Saúde de Cascavel divulgou na semana passada o resultado do 2º LIRAa (Levantamento de Índice Rápido e Amostral) do ano, que apontou um alto risco de infestação do mosquito, uma média de 4,3%, o que coloca a cidade no setor de alto risco da doença dos vetores transmitidos pelo o mosquito Aedes aegypti. No 1º ciclo realizado em janeiro deste ano, o Município registrou 2,1%, considerado médio risco para infestação.
Foto: Arquivo/Secom