Paciência e serenidade são as duas virtudes que caminhoneiros que trafegam pela região da tríplice fronteira, e que dependem de desembaraço de mercadorias no Porto Seco de Foz do Iguaçu, mais têm praticado nesta semana. Mesmo com a crise, com volume de trabalho em baixa e com a insegurança que quadrilhas especializadas em roubo de carga impõem, eles fazem as contas dos prejuízos com mais uma greve de auditores da Receita Federal. A mobilização é nacional e afeta várias regiões do País. Apenas em Foz, a fila de espera tem mais de mil caminhões.
Os agentes não deixaram de trabalhar, mas adotaram a chamada operação-padrão, que prioriza cargas perecíveis, perigosas e outras que são sorteadas para passar pelo canal verde, um mecanismo de vistoria considerado menos exigente. Em outros canais, nas cores amarelo e vermelho, com 30% do volume diário de trabalho, a apuração é muito mais criteriosa e detalhada.
A greve foi decidida em assembleia na semana passada pela categoria. Eles pedem o vigor de medida provisória que garante avanços, como alterações na remuneração de serviços federais, reorganização de carreira e pagamento de gratificação de desempenho e pensão. O aumento salarial pedido é de 5% a cada 12 meses, pelos próximos três anos. Além dos caminhoneiros, transportadoras perdem com a greve, bem como as economias do Estado e do País, dizem representantes dos profissionais.