SÃO PAULO- A Polícia de São Paulo pediu, na última sexta-feira, a prisão preventiva da jornalista Patrícia Lélis, de 22 anos, que afirma ter sido estuprada pelo deputado e pastor Marco Feliciano (PSC-SP), e sequestrada pelo assessor dele, Talma Bauer. Segundo o delegado que investiga essa segunda acusação, Luís Roberto Hellmeister, do 3º DP (Santa Ifigênia), região central da capital, ela foi indiciada formalmente por denunciação caluniosa e extorsão contra Bauer.
? Agora é com o judiciário. Fiz o que tinha que fazer ? disse o delegado ao GLOBO.
Há duas semanas, Hellmeister já havia dado sinais de que ia fazer o pedido de prisão, ?dada a periculosidade de Patrícia?. Ele disse, na época, que faltava apenas juntar alguns laudos de vídeos e conversas por aplicativos, além de ouvir mais algumas pessoas próximas à Patrícia.
O advogado de Patrícia, Roberto da Gama Cidade, disse que o pedido não causou ?absolutamente nenhuma surpresa?, e que enviou ao Ministério Público de São Paulo, há cerca de dez dias, uma petição para que as investigações em São Paulo sejam invalidadas. Segundo ele, a denúncia deveria ter sido enviada para Brasília, por envolver um parlamentar.
? Desde o dia em que a gente foi à delegacia com a Patrícia, o delegado já havia externado que essa era a vontade dele. A surpresa para nós é o porquê deste processo estar correndo em São Paulo, já que ele envolve um parlamentar. A polícia deveria ter enviado para o Supremo ? afirmou Cidade.
O advogado não dá detalhes sobre o estado de Patrícia. Diz apenas que , ?no momento, ela está sendo resguardada, acompanhando o caso?.