Cotidiano

PF indicia ex-tesoureiro do PP e outras três pessoas ligadas a ele na Lava-Jato

2005092077216.jpgSÃO PAULO ? A Polícia Federal (PF) indiciou o ex-tesoureiro do PP, João Claudio Genu, e outras três pessoas por formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Todos eles foram alvos da 29ª fase de Operação Lava-Jato, batizada de ?Repescagem?.

Genu era o principal assessor do ex-deputado José Janene, morto em 2010, uma das peças-chave na montagem do esquema de propina que atuou na Petrobras. Além do ex-tesoureiro, foram indiciados o sócio dele Lucas Amorim Alves, a esposa Cláudia Gontijo Resende Genu e o cunhado Antônio Gontijo de Rezende.

De acordo com o doleiro Alberto Youssef, Genu seria o responsável por receber a propina de contratos firmados na Diretoria de Abastecimento da estatal, então comandada por Paulo Roberto Costa, e por distribuí-la.

Os investigadores afirmam que 60% dos recursos iam para o ex-diretor e 30% para parlamentares do PP. Os outros 10% eram usados para o custo operacional da lavagem de dinheiro. O ex-tesoureiro do PP teria movimentado, pelo menos, R$ 7 milhões entre 2005 e 2013.

Lava-Jato 21.06

Genu montou uma rede de lojas e serviços, que segundo a força-tarefa da Lava-Jato, foi usada para lavar e ocultar o dinheiro desviado. Os negócios teriam a participação dos outros três indiciados na terça-feira.

PEDRO CORRÊA APRESENTA OUTRA VERSÃO SOBRE LULA

No indiciamento, a PF anexou um depoimento do ex-deputado Pedro Corrêa que negocia um acordo de colaboração com a Procuradoria-Geral da República. Corrêa falou com os investigadores na terça-feira e disse que estava disposto a colaborar.

Aos investigadores da Lava-Jato, Corrêa se limitou a dizer que estava presente no momento em que os seus aliados do PP, José Janene e Pedro Henry, indicaram ao ex-presidente Lula o nome de Paulo Roberto Costa.

A versão é diferente da apresentada por Corrêa durante a negociação da delação. O ex-deputado teria prometido falar que Lula teria imposto ?rigorosamente? a nomeação de Costa para a Diretoria de Abastecimento, em 2004.

As negociações entre Corrêa e a PGR se arrastam há meses. Ele já teria apresentado 72 anexos que somam 132 páginas e implicam ao menos 18 políticos, entre deputados, senadores, ministro do TCU, ex-ministros e ex-presidentes. Até o momento, a PGR não aceitou o acordo.