LONDRES – A BP vai avançar com ao menos três novos projetos neste ano, disse o presidente da empresa, apesar de a petroleira britânica ter registrado uma queda de 45% nos lucros do segundo trimestre, que favoreceu um corte no orçamento de investimento de 2016 para menos de US$ 17 bilhões.
Os três novos projetos que devem receber um sinal verde são um projeto de gás na Índia, a segunda fase do campo de petróleo de águas profundas Mad Dog, no Golfo do México, e um projeto em Trinidad, disse o presidente da BP, Bob Dudley.
Os resultados desta terça-feira ficaram abaixo das expectativas, com analistas surpresos por despesas corporativas mais altas, incluindo custos administrativos relativos ao passivos do derramamento de óleo no Golfo do México. A petroleira registrou no segundo trimestre novas perdas provocadas pelos custos do acidente de 2010 no Golfo de México, mas garante que agora o caso está definitivamente saldado.
O exercício abril-junho com um prejuízo de US$ 1,419 bilhão (? 1,3 bilhão), muito inferior às perdas do ano passado, de US$ 5,8 bilhões. As perdas não operacionais totalizaram US$ 2,8 bilhões com impostos (5,2 bilhões antes dos impostos). O indicador de lucros mais observado da BP somou US$ 720 milhões, ante US$ 1,3 bilhão no mesmo período do ano passado, ficando US$ 120 milhõe abaixo da expectativa de analistas.
Embora Dudley tenha reconhecido que o impacto do acúmulo global de petróleo nas margens de refino e receita continuam a criar um ambiente desafiador, ele disse que os planos têm sido ajudados por uma queda nos custos associados.
? Nós vamos escolher nossos projetos com muito cuidado e as reduções no custo e na reengenharia dos projetos reduziram o preço para uma margem que eu considero muito atrativa ? disse Dudley à Reuters.
Dudley disse que a BP pode fazer outras três decisões finais de investimento neste ano, tendo já assinado a expansão da unidade de Tangguh de gás natural liquefeito, na Indonésia, e o projeto de gás offshore de Atoll, no Egito.
CATÁSTROFE NATURAL
O prejuízo está relacionado principalmente com os custos da pior catástrofe ambiental da história dos Estados Unidos, provocada em abril de 2010 pela explosão da plataforma petroleira Deepwater Horizon em frente ao litoral da Luisiana.
O grupo já havia anunciado em meados deste mês o gasto de US$ 61,6 bilhões (sem impostos) com multas e indenizações pelo acidente que gerou o derramamento de 507 milhões de litros de petróleo no mar e a morte de onze pessoas.
Foram necessários 87 dias para conter o vazamento, situado a 1.500 metros abaixo do nível do mar. A maré negra cobriu uma superfície equivalente à do estado da Virgínia e contaminou o litoral de cinco estados norte-americanos, com o impacto direto nas atividades pesqueiras.
Segundo a BP, este será o custo total da operação.