ASSUNÇÃO – O Paraguai pediu a convocação de uma reunião urgente de chanceleres do Mercosul para analisar a situação na Venezuela. O ministro das Relações Exteriores, Eladio Loizaga, manifestou um dia antes preocupação com a situação política e social no país, mas afirmou que seu governo não vai interferir nos assuntos internos da nação presidida por Nicolás Maduro, que pode acabar suspensa da entidade.
O pedido foi feito oficialmente às autoridades uruguaias ? o país ocupa a presidência temporária do bloco. Segundo Loizaga, os líderes do bloco ainda serão consultados para marcar uma data. venezuela
? Há um processo estabelecido que dá mérito ao Mercosul para tomar uma posição. O Paraguai foi muito claro na posição que assumiu, e este é um passo importante. O presidente (Horacio) Cartes deu instruções precisas para a convocatória.
De acordo com o protocolo do bloco assinado em Ushuaia, um país pode ser suspenso do bloco caso a situação democrática seja rompida. Autoridades internacionais e até a liderança da OEA apelaram para que o governo do país respeite as instituições, diante da grave crise econômica e política que vive.
? Deixamos clara nossa postura de não intervenção [na Venezuela]. O que nós não queremos é que se chegue a uma situação extrema de violência. Não ajuda em nada. O único prejudicado é o povo. A situação da Venezuela preocupa todos nós. É um sócio nosso no Mercosul. Justamente, alguns países do Mercosul também lançaram seu apelo no sentido de diálogo o mais rápido possível entre todos os atores políticos.
A Venezuela tem se isolado cada vez mais dos aliados regionais após o agravamento das disputas políticas pelo governo Maduro e a posse do presidente argentino, Mauricio Macri. Com a entrada do governo interino de Michel Temer no Brasil, que prometeu mudanças nas relações regionais, imagina-se que o país censure os venezuelanos pelas acusações de violações ao processo democrático.