Cotidiano

Organização alega que cão não teria sofrido maus tratos em set de 'Quatro vidas de um cachorro'

RIO ? A Birds & Animals Unlimited, organização responsável pelo treinamento dos cães do filme “Quatro vidas de um cachorro”, desmentiu as acusações de que um pastor alemão teria sofrido maus tratos durante as gravações.

Em uma carta enviada ao site “TMZ”, que publicou um vídeo denunciando o suposto abuso, o grupo alega que o cachorro Hercules não foi forçado a nada e que a filmagem é apenas um recorte da história.

O vídeo, vazado no dia 18, mostra o cachorro sendo obrigado a entrar numa piscina com correnteza, apesar de parecer apavorado. ‘Quatro vidas de um cachorro’

A organização admitiu que, em certo momento, Hercules não quis entrar na água porque a equipe de gravação resolveu filmar em um ponto ao qual o cão não estava acostumado. Na cena, ele salva uma criança de um afogamento em um rio. Segundo a Birds & Animals, em muitas tentativas o animal executou corretamente os movimentos na posição originalmente pensada para ele na água. Após a mudança, o grupo diz que percebeu o desconforto e desistiu da nova cena, voltando para o mesmo local, de onde o cachorro continuou a saltar. Links ‘Quatro vidas de um cachorro’

A organização também alegou que Hercules treinava há meses para a cena e que foi escalado por seu amor pela água. De acordo com a carta, havia um representante da American Humane ? ONG responsável pela promoção do bem-estar animal ? no estúdio para aprovar e documentar cada sequência, além de treinadores e mergulhadores próximos ao cachorro na piscina.

Em certo momento da filmagem, uma voz claramente diz para jogar o cachorro na água. De acordo com a carta, o vídeo faz parecer que ele foi lançado à força. “Não pudemos identificar a voz que aparece na gravação dizendo ‘Just gotta throw him in’ (‘apenas jogue-o na água’, em tradução livre), mas havia muita gente no set e esta pessoa não era ninguém que tivesse autoridade sobre Hercules, como a mídia sugeriu”, manifestou a organização. O “TMZ” negou a edição do material.

Sendo verdade ou não, a polêmica surtiu efeito sobre o filme antes da estreia: a reação de internautas contrários ao longa e a mobilização de organizações favoráveis aos direitos dos animais, como a Peta (People for the Ethical Treatment of Animals), levou os estúdios Amblin Partners e Universal Pictures a cancelar a première mundial do longa, previsto para estrear no dia 27 de janeiro, nos EUA.