BRASÍLIA ? Em resposta ao senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), a presidente afastada Dilma Rousseff disse, nesta segunda-feira, ser “a mesma mulher” que combateu a ditadura militar e que, agora, enfrenta um processo de impeachment no Senado. Jereissati afirmou que era a Dilma presidente que estava sob julgamento, e não “aquela mulher que enfrentou a ditadura”.
– Eu sou a mesma mulher que resistiu à ditadura. Só cheguei aqui porque esta foi minha trajetória política. Eu não sou duas mulheres, sou só uma – disse Dilma.
Em sua fala, o senador tucano havia pontuado que não era a história de vida da petista que estava sob julgamento:
– Não há um senador que não respeite sua história de vida. Mas quem está sob julgamento hoje não é aquela mulher que enfrentou a ditadura, mas a presidente da República.
O tucano rememorou a metáfora da árvore citada por Dilma no começo de seu depoimento. A petista havia usado a metáfora para falar do que chama de “golpe”. Jereissati usou a metáfora para falar da economia brasileira, e foi contestado pela presidente afastada.
– Eu não falei da árvore frondosa da economia, mas das conquistas de 1988. Essa árvore pode ser ceifada por um machado, como o golpe de 64, em que se acabou com o governo e o regime democrático. O que caracteriza um golpe parlamentar não é esse machado, mas um ataque às instituições, com fungos e parasitas que podem corroer as instituições – disse Dilma.
A petista disse que as “ameaças” contra seu governo ganharam corpo com o avanço da Operação Lava-Jato sobre “integrantes da classe política”.
– O mais grave dos crimes é condenar uma inocente por um crime que não cometeu, principalmente uma presidente da República – afirmou a petista.