BELÉM ? Uma multidão comparecia neste sábado a Belém para as comemorações de Natal e para a Missa do Galo, à meia-noite. Espera-se uma afluência maior do que em 2015, quando as festas foram marcadas por uma onda de violência na Cisjordânia e em Israel.
Dezenas de palestinos e turistas se dirigiam para a Praça do Peséprio, perto da Igreja da Natividade, construída no lugar onde a tradição cristã diz que nasceu Jesus Cristo, na parte da Cisjordânia ocupada por Israel e a poucos quilômetros de Jerusalém.
Apesar de uma chuva fina, o ambiente era muito mais festivo do que no ano passado. O Natal de 2015 ocorreu em meio a uma onda de violência nos territórios ocupados e em Israel, que deixou 150 mortos em três meses.
No sábado, apesar da mobilização das forças de segurança palestinas nas ruas do centro de Belém, o ambiente festivo dominava. Devotos e turistas tiravam fotos perto da árvore de Natal gigante montada na praça, com escoteiros palestinos que marchavam ao som de gaitas.
? É formidável estar em Belém para o meu primeiro Natal fora de casa ? se entusiasmou a americana Valeria, de 21 anos.
Ramzi Al Durzi, um cristão de Amã, veio com os dois filhos para visitar parentes em Jifna, uma aldeia cristã perto de Ramallah.
? É a minha primeira visita a Belém e à Palestina, e o ambiente é fantástico ? disse à AFP.
As celebrações em Belém culminam com a tradicional missa da meia-noite na Igreja da Natividade, com a presença de numerosos dignitários religiosos estrangeiros e representantes políticos locais, entre eles o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas. Cerca de 2.500 ingressos costumam ser distribuídos para a missa, e aqueles que desejam participar devem se registrar com antecedência.
Segundo o Ministério de Turismo israelense, esperava-se a chegada de cerca de 120.000 turistas em dezembro, metade deles cristãos. As autoridades palestinas previam mais visitantes do que no mesmo período do ano passado, e indicaram que as reservas de hotéis tinham aumentado.
A onda de violência na qual morreram 246 palestinos, 36 israelenses, dois americanos, um jordaniano, um eritreu e um sudanês desde 1º de outubro de 2015 não acabou, mas diminuiu à medida que passaram os meses.
Para chegar à Igreja da Natividade, os visitantes que chegam de Israel devem cruzar o muro que separa a Cisjordânia, território palestino ocupado por Israel há mais de 50 anos.