MILÃO – A gigante de mídia Vivendi, do magnata francês Vincent Bolloré, está sendo acusada de manipular o mercado de ações. Segundo o Ministério Público de Milão, a Vivendi nunca teria tido intenção de honrar o acordo de compra da unidade de TV a cabo da Mediaset, e sim acabar com a TV paga, para reduzir o valor de mercado da Mediaset e adquir suas ações por preços irrisórios.
A Vivendi confirmou que está sendo investigada, mas negou as alegações e se recusou a divulgar os nomes dos executivos que estão sob escrutínio.
?O registo dos executivos da Vivendi pelo Ministério Público de Milão é o resultado de uma ação infundada e abusiva movida pelos Berlusconis?, disse o grupo em um comunicado, citando a família do ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi, que controla a Mediaset.
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Em abril do ano passado, a emissora italiana Mediaset estava próxima de acertar a venda de sua unidade de TV a cabo à Vivendi, em um acordo que visava a uma troca de ações entre as empresas. O negócio representaria um avanço para o plano do executivo bilionário Bolloré de criar no sul da Europa uma poderosa empresa de TV paga e conteúdo para competir com a Sky, de Rupert Murdoch, e a gigante de vídeo online Netflix, mas não foi para frente.
A Vivendi questionou as previsões de lucro da TV a cabo e desistiu do negócio. Mais tarde, a francesa adquiriu ações da Mediaset e uma participação de cerca de 30% por cento da italiana, tornando-se a segunda maior investidora da empresa, atrás da Fininvest, holding do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi.
Em dezembro do ano passado, chegou a Vivendi negar que estavisse planejando assumir o controle da Mediaset, depois de comprar um quinto da emissora italiana, movimento que irritou o governo e alimentou disputa em curso entre as empresas sobre um acordo de TV paga.
