SÃO PAULO – O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Marcos Pereira, disse nesta segunda-feira que pretende deixar o governo federal se reformas urgentes, como a trabalhista e a previdenciária, não andarem até o primeiro semestre do ano que vem. durante palestra na Associação Comercial de São Paulo, na capital paulista, o ministro ainda criticou o Congresso que, segundo ele, não votará nada antes das eleições.
? Precisamos fazer quatro reformas estruturantes urgentes: tributária, trabalhista, previdenciária e política. Essas quatro reformas dependem todas elas do Congresso Nacional e aí é preciso que os senhores entendam que temos duas agendas que nos impedem de avançar nessas propostas: o processo de impeachment e as eleições. Não vamos conseguir avançar essas reformas antes da eleição.
Ao citar deputados e senadores, o ministro disse que essas medidas são consideradas ?impopulares?.
Na opinião de Pereira, a reforma tributária é a ?mais difícil de todas?, porque depende de acordos com estados e municípios, que teriam que combinar com mudanças na divisão dos impostos. Ainda durante a palestra, o ministro afirmou que o governo do presidente interino Michel Temer precisar ?ter coragem para fazer e defender que (as reformas) sejam aprovadas no primeiro semestre do ano que vem:
? O governo precisa apresentar (as reformas) até o final de novembro ? disse o ministro. ? Se não aprovar até o primeiro semestre não vai aprovar nesse governo.
Na sequência, o ministro mostrou sua intenção de deixar o ministério se o trabalho não der certo:
? Já disse para o presidente e para outros empresários pelo Brasil afora: se não avançar e se eu perceber que não vai avançar, não tenho intenção e não tenho disposição para continuar no governo. Fui para ajudar o país. Se eu perceber que não vai avançar, volto para meu escritório de advocacia, que está de portas abertas.
Ao apresentar as diretrizes gerais do seu trabalho no ministério, Pereira lamentou que o Brasil não tenha feito parte das negociações do acordo comercial de serviços (TISA, na sigla em inglês), liderado por Estados Unidos, União Europeia e mais 21 países. Segundo ele, o governo não entrou no grupo ao longo dos últimos anos por ideologia. Agora, diz o ministro, não há mais tempo para participar das rodadas de negociações, já que o grupo planeja aprovar o acordo antes do fim do mandato do presidente norte-americano Barack Obama.