BRASÍLIA – O mercado financeiro piorou o cenário traçado para as contas públicas brasileiras não apenas neste ano, mas também no ano que vem. De acordo com pesquisa feita pelo Ministério da Fazenda com as principais instituições financeiras do país, a expectativa é de receitas líquidas menores e de gastos, dívida e déficit maiores. A aposta para a projeção para o déficit primário (despesas maiores que receitas) saltou de R$ 134,2 bilhões para R$ 155,5 bilhões neste ano.
Isso quer dizer que o mercado acredita que a equipe econômica entregará um déficit menor que o prometido. Afinal, a meta oficial é um rombo de R$ 170,5 bilhões. Para o ano que vem, a perspectiva também piorou, mas ainda é melhor que o objetivo oficial do governo. A estimativa aumentou de um resultado negativo de R$ 104,8 bilhões para 129,3 bilhões. A meta é R$ 139 bilhões.
O relatório Prisma Fiscal do Ministério da Fazenda mostra uma forte deterioração das previsões. No início do ano, a aposta para o rombo das contas do governo federal era de cerca de R$ 70,7 bilhões em 2016 e de R$ 42,1 bilhões em 2017.
Essa piora foi causada por piora nas receitas e despesas. No relatório divulgado nesta quinta-feira, os economistas revisaram a previsão para a arrecadação de tributos neste ano de R$ 1,273 trilhão para R$ 1,276 trilhão para este ano e de R$ 1,375 trilhão para R$ 1,373 trilhão