BRASÍLIA – O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que ocupa interinamente a presidência da República, disse nesta quarta-feira ao GLOBO que o projeto que regulamenta a Lei da Repatriação não será votada na próxima segunda-feira. As idas e vindas sobre a votação da proposta ocorrem desde a semana passada e hoje houve um novo movimento dos líderes dos partidos para colocar a proposta em votação. Maia disse ainda que a PEC 241, que fixa o teto dos gastos públicos, será votada na terça-feira. Alguns líderes querem que a discussão já comece na noite de segunda-feira.
Maia, que sempre defendeu a ideia, concordou em café da manhã com os líderes, mas depois recebeu pedidos de ministros e da área econômica para desistir do assunto.
O próprio secretário da Receita, Jorge Rachid, se reuniu com parlamentares, como o líder do PSD na Câmara, Rogério Rosso (DF), para discutir o assunto e mostrar os números positivos que o governo já registrou com a entrada de recursos. Pela Lei da Repatriação, o prazo encerra no final deste mês.
Pela manhã, em café em sua residência, Maia concordou com os líderes em colocar o assunto em votação, depois de ter desistido no início da semana. Mas conversou com o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, que pediu para deixar o assunto de lado. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, também reclamou que a indefinição só assusta os investidores.
A Receita Federal está muito animada com os números recebidos e deve divulgar uma instrução normativa sobre os prazos até o final do mês. A ideia é acalmar a todos sobre as regras.
? Não haverá (votação) ? respondeu Maia AO GLOBO, no final da tarde.
O líder Rosso disse que o Colégio de Líderes queria a votação, por pressão dos governadores, que querem uma fatia. Depois das conversas no Palácio do Planalto, a ideia é deixar o tema de lado nas próximas horas.
O líder do DEM na Câmara, Pauderney Avelino (AM), foi voto vencido no café e mais tarde foi ao Planalto argumentar que o melhor era não mexer em nada.
? Esse assunto não será mais votado. O Rodrigo vai deixar isso claro ? disse Pauderney ao GLOBO.
Para um parlamentar, se a Receita Federal está contente, não há razão para mudanças.