PARIS ? A líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, disse neste sábado que prevê uma revolta eleitoral dos povos europeus em 2017. A declaração veio apenas um dia após a posse do republicano Donald Trump como presidente dos EUA ? cuja vitória eleitoral no ano passado foi comemorada por Le Pen. A candidata às eleilções presidenciais francesas ainda citou o êxito do Brexit em junho de 2016 como mais uma mostra de que novos tempos se aproximam para a Europa.
? O ano de 2016 foi o ano em que o mundo anglo-saxão despertou. 2017 será, e estou certa disso, o ano do despertar da Europa continental ? disse Le Pen durante uma reunião de partidos populistas e de ultradireita na Alemanha
Os eleitores de França, Alemanha e Holanda ? países onde serão realizadas eleições cruciais neste ano ? podem mudar a face da Europa, disse a líder da Frente Nacional (FN) francesa. Nas disputas, concorrem legendas populistas e ultranacionalistas. Le Pen desejou sorte à Alternativa para a Alemanha (AfD) de Frauke Petry nas legislativas de 24 de setembro e ao holandês anti-islã Partido pela Liberdade (PVV), cujo candidato é Geert Wildersen, nas eleições de março.
? Agora é preciso passar à próxima etapa, na qual não nos contentaremos em ser uma minoria no Parlamento Europeu, a etapa na qual seremos majoritários nas urnas em cada eleição ? proclamou a política francesa, diante de centenas de pessoas que a aplaudiam. ? Estas vitórias podem mudar a face da Europa, se chegarmos ao poder em cada um dos países da União (Europeia) e pudermos organizar de forma concertada um abandono do antigo mundo.
A candidata também criticou duramente a chanceler alemã, Angela Merkel, e a sua política de acolhimento de refugiados. Em seguida, Wilders, chefe do PVV, tomou a palavra:
? Ontem, uma nova América, hoje Coblença, amanhã uma nova Europa (…). Estamos no amanhecer de uma primavera patriótica ? declarou.
Paralelamente, 3 mil manifestantes se reuniram para criticar em protesto os líderes presentes na reunião. Com imagens de Hitler e Mussolini, foram cercados por cerca de 1 mil policiais. Carregavam cartazes com a frase: “Quem dorme na democracia pode acordar em uma ditadura”.