RIO ? A Justiça Federal em Montes Claros decretou a prisão preventiva de cinco suspeitos envolvidos no esquema de fraudes das provas do Enem 2016. Eles estavam até então em prisão temporária, e três deles são apontados pela Polícia Federal como líderes do esquema. A decisão foi do juiz Marco Fratezzi, da 3ª Vara Federal de Montes Claros, e expedida na última sexta-feira.
O advogado de defesa de um dos suspeitos confirmou a decisão da Justiça.
? Ainda não tive acesso integral ao processo, mas a prisão preventiva já era esperada, uma vez que ainda terá a segunda etapa de aplicação das provas do Enem. Encaramos esta conversão, de temporária em preventiva, como parte da investigação ? disse ao “G1” Wellington Tavares, que defende Arnon Kelson da Silva e Santos, preso desde o domingo, dia 6, na operação Embuste da polícia Federal.
A Justiça havia expedido 28 mandados, sendo quatro de prisão temporária. No total, foram presas 12 pessoas envolvidas no esquema.
Arnon Kelson da Silva e Santos, Rodrigo Ferreira Viana e Jonathan Galdino dos Santos são apontados como líderes da fraude. Também estão agora em prisão preventiva Felipe Allan Araújo Nunes e Olavo Martins, apontados como os responsáveis por responder a prova e repassar o gabarito aos fraudadores.
Segundo a PF, os presos participam de uma organização criminosa suspeita de fraudar processos seletivos para universidades. A operação Embuste cumpriu mandados em três estados: Minas Gerais, Bahia e Ceará.
Durante a investigação, a PF descobriu que candidatos pagavam entre R$ 150 mil e R$ 180 mil por um gabarito do Exame Nacional do Ensino Médio. De um hotel em Montes Claros, a quadrilha enviava o gabarito aos candidatos, que usavam um microponto colocado no ouvido e uma central telefônica acoplada no peito ou braço.