Cotidiano

Irmão de Keiko sinaliza racha político na família Fujimori

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LIMA – Num sinal de racha na família, Kenji Fujimori, irmão de Keiko, não votou nela. Depois de acompanhar a candidata num café da manhã em família, no domingo, o parlamentar ? que recebeu mais votos do Peru em 2016 ? decidiu não apoiar a irmã no segundo turno nas eleições e não foi votar. Parte do lado ?albertista? do fujimorismo, ele representa visivelmente o setor mais duro do grupo que não reconhece os erros e crimes durante o governo do pai, Alberto Fujimori, e defende que o ex-presidente deixe a prisão. —fujimori—

O fato de Kenji não ter participado do segundo turno reativou boatos sobre um eventual distanciamento entre os dois herdeiros políticos de Fujimori. Se sua campanha consiste em presentear bicicletas e cozinhas em bairros pobres e assentamentos, Keiko, por sua vez, tentou se afastar da postura típica do pai durante a campanha. Ela ainda teve que reiterar diversas vezes que, se chegar ao poder, não irá intervir a favor dele ? que cumpre uma pena de 25 anos por crimes de lesa-Humanidade e corrupção.

Em abril, o irmão de Keiko fez uma declaração que foi interpretada como sinal de desavença na família ? e que contrariou Keiko. ?A decisão é minha: somente no caso de Keiko não vencer a eleição, serei candidato em 2021?, disse Kenji no Twitter.

A candidata havia afirmado que ninguém com o sobrenome Fujimori se candidataria a cargos políticos no bicentenário da independência peruana. Além disso, Keiko ainda enfatizou durante a campanha que não pretende a reeleição, uma carga pesada da herança do pai, que aprovou uma lei para violar a Constituição.

Antes, em dezembro do ano passado, os irmãos já haviam tido suas rusgas públicas, ainda sobre a campanha: Keiko anunciou que, antes de incluir parlamentares fujimoristas no Congresso, iria avaliar aqueles que eram figuras políticas do círculo mais próximo do pai. Kenji, por sua vez, defendeu-os, argumentando que deveriam aproveitar sua experiência.