Cotidiano

iPhone da Apple violou patente de rival chinês, acusa tribunal local

HONG KONG – A Apple violou as patentes de design de um dispositivo chinês e pode ter de suspender as vendas de seus iPhones mais recentes em Pequim, determinou o Escritório de Propriedade Intelectual (PI) de Pequim. Segundo o órgão, os iPhones 6 e 6 Plus infringem direitos de patente da Shenzhen Baili pelas similaridades com o telefone 100C. A Apple disse que está recorrendo e que continua a vender os modelos durante o processo.

“Os modelos iPhone 6 e iPhone 6 Plus, bem como o iPhone 6s, iPhone 6s Plus e iPhone SE estão disponíveis para venda em toda a China”, informou a porta-voz da Apples, Kristin Huguet, em comunicado. “Recorremos de uma ordem administrativa de um tribunal regional de patentes em Pequim no mês passado e, como resultado, a revisão da ordem está pendente pelo Tribunal de PI de Pequim”.

As ações da empresa chegaram a cair 2,1%, a US$ 95,46, na Bolsa de Nova York nesta sexta-feira. No acumulado do ano, os papéis já revuaram 7,3%.

Enquanto a medida abrange apenas Pequim, o caso pode abrir precedente para futuras ações contra a Apple, possivelmente influenciando os resultados de litígios em outras partes na China. A Baili é uma entre as marcas de smartphones tentam lucrar com o boom de telefones móveis no país. Xu Guoxiang, inventor que detém a patente e indicado como representante da Baili, ainda não comentou a questão.

Tim Long, analista do BMO Capital Markets em Nova York, não acha o impacto da ordem chinesa relevante.

“Acreditamos que há vários casos anteriores contra companhias americanas definidos em favor de empresas locais por tribunais menores que, mais tarde, foram revertidos em cortes superiores”, disse Long em nota à Bloomberg. “Nós já vimos dezenas de decisões judiciais proibindo diferentes produtos de smartphone nos últimos anos em vários países. Não estamos a par de algum que tenha resultado em embargos reais.

A determinação do órgão chinês – que administra questões de patente em Pequim – é o mais recente episódio em uma série de contratempos que a Apple enfrenta em seu maior mercado atrás dos Estados Unidos. Os serviços de filmes e livros da empresa de tecnologia foram proibidos em abril por violar regulações de publicação estrangeira. Em 2013, a mídia estatal chinesa acusou a Apple de oferecer serviço de baixa qualidade ao consumidor e garantias impróprias, o que levou a um pedido de desculpas do CEO da companhia, Tim Cook.

No últimos mês, a empresa perdeu a disputa para manter o rótulo “iPhone” exclusivo aos seus produtos, após um tribunal de Pequim determinar que uma pequena fabricante de acessórios pudesse usar o nome em uma série de bolsas e carteiras. Em 2012, a Apple pagou US$ 60 milhões a Proview International Holdings para solucionar um litígio sobre o direito de usar o nome “iPad” na China.

A Apple tem contado com o país asiático para sustentar o ritmo de crescimento, apesar de ter começado a enfrentar uma desaceleração no consumo nesse mercado. Durante o trimestre encerrado em 26 de março, a receita na Grande China, que inclui Hong Kong e Taiwan, caiu 26% para US$ 12,5 bilhões. Cook prometeu continuar a investir apesar do freio na economia.