Rio de Janeiro – O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) está revisando a metodologia e operação do censo demográfico previsto para ir a campo em 2020. O objetivo é fazer o levantamento censitário caber num orçamento 25% menor do que o calculado, com um questionário mais enxuto, informou o instituto, em nota, nessa terça-feira, 9.
O assunto foi pauta de uma reunião semana passada entre a nova presidente do IBGE, Susana Cordeiro Guerra, e o ministro da Economia, Paulo Guedes, na representação do ministério no Rio de Janeiro.
A realização do censo demográfico já vinha ameaçada por falta de recursos desde o ano passado.
Embora os testes e preparativos estejam em andamento, o levantamento ainda não tem garantia de verbas para aquisição de equipamentos e contratação de pessoal. O custo total foi inicialmente calculado em R$ 3,4 bilhões.
Em 2018, o IBGE pediu ao então Ministério do Planejamento R$ 344 milhões para investimento em equipamentos e software no ano de 2019. Foram concedidos apenas R$ 240 milhões para os trabalhos ao longo deste ano.
Em 2018, o órgão recebeu R$ 6,7 milhões em recursos para os preparativos da operação censitária, de uma previsão inicial de R$ 7,5 milhões. Outros R$ 3,056 bilhões seriam necessários para viabilizar a coleta em 2020, conforme foi originalmente planejada.
O presidente anterior do IBGE, Roberto Olinto, funcionário de carreira do órgão, defendia reiteradamente que o censo não poderia ser enxugado sem que houvesse perda de qualidade de informações.
Restrição
Na nota divulgada nessa terça, o IBGE diz que o Censo Demográfico 2020 é prioridade para o órgão, mas pondera que “nesse momento, desafios adicionais se apresentam”. “No governo federal como um todo, a diretriz é de restrições orçamentárias e a realização do Censo requer a aprovação de orçamento pela União”, declara o instituto, no texto.
O IBGE informa que “várias alternativas estão sendo estudadas para viabilizar a execução do Censo e garantir a qualidade da operação”. “O objetivo do IBGE é realizar um Censo menos custoso, com qualidade e sem perda de informação”, diz na nota.
Segundo o órgão, ainda não está definido o tamanho do corte no questionário nem no número de recenseadores necessários para coletar os dados, tampouco quais tipos de informações serão eliminadas do levantamento.