Cotidiano

Google pode enfrentar terceira queixa antitruste da UE, diz agência

BRUXELAS – A União Europeia (UE) está dando passos que podem levar a uma terceira queixa antitruste contra a Google, desta vez tendo como alvo os serviços de anúncios da gigante da internet, conforme três pessoas com conhecimento da investigação da UE contaram à agência de notícias Bloomberg.

Os funcionários da UE enviaram às empresas que criticam a atuação da americana requerimentos para que possam compartilhar com a Google as evidências enviadas por essas companhias, revelaram as fontes, que falaram sob condição de anonimato. Esse tipo de pedido é, geralmente, um precursor de um comunicado formal de objeções da UE, catalogando como uma companhia pode ter violado as leis antitruste.

De acordo com o jornal britânico “Financial Times”, fontes contaram que a comissária antitruste da UE, Margrethe Vestager, planeja emitir dois “comunicados de objeções” contra a empresa por supostamente abusar de seu poder nos anúncios e compras on-line.

Anunciada pela primeira vez há cinco anos, a investigação tem como alvo contratos com sites que barram serviços de anúncios que não sejam da Google, e os acordos com vendedores de computadores e softwares para evitar que eles usem outras ferramentas de pesquisa. Em 2013, a empresa se oferecara para retirar cláusulas do AdSense para contratos de buscas que exigiam que os sites aceitassem os anúncios da Google quando optavam por colocar uma caixa de pesquisa da gigante em uma página.

‘PRAZO RAZOÁVEL’

A investigação sobre os anúncios pode afetar o fluxo de receitas da Google mais do que as duas anteriores — uma delas a respeito do maior destaque à promoção de produtos da empresa em detrimento de concorrentes, e a outra, sobre o sistema operacional Android. O Google AdWords, que mostra anúncios junto dos resultados das buscas e de conteúdo da web, tem sido um motor importante para impulsionar as vendas da Google , cuja maior fonte de receitas vem dos anúncios.

Procuradas pela Bloomberg, Google e Comissão Europeia não quiseram comentar o caso.

No mês passado, Margreth disse que esperava que a investigação sobre o AdWords da Google fosse concluído “dentro de um prazo razoável”.

A Google já enfrenta duas outras investigações da UE, capitaneadas por Margreth. Em 2015, a empresa foi acusada de promover injustamente seus próprios serviços, dando mais destaque a eles do que aos de concorrentes nos resultados das buscas. E, em abril, houve uma queixa formal contra o Android, que deve ser respondida pela empresa até o fim do verão no Hemisfério Norte, em setembro.

Nesses dois casos, a comissão agiu rapidamente para emitir o comunicado de objeções, após enviar os pedidos para que as evidências antitruste deixem de ser confidenciais.