RIO – O Rio já teve uma experiência de municipalização de hospitais que terminou mal. Em 1998, o então prefeito Luiz Paulo Conde firmou um acordo com a União que transferiu para a prefeitura a gestão de várias unidades federais, incluindo Ipanema, Lagoa, Andaraí, Curicica, Cardoso Fontes, Centro Psiquiátrico Pedro II e Instituto Psiquiátrico Philipe Pinel. Na época, o acordo previa que a União repassaria recursos para ajudar no custeio dessas unidades.
No entanto, as verbas prometidas não foram enviadas nos valores e prazos previstos. Os custos para manter a rede aumentaram. Em 2005, o então prefeito Cesar Maia desistiu de continuar a investir nessas unidades. A decisão de Maia criou uma crise na rede pública de Saúde.
Em março daquele ano, o ex-presidente Lula baixou um decreto de intervenção federal na assistência médica pública da cidade. Para fazer frente à demanda reprimida, o Exército chegou a montar hospitais de campanha pela cidade para atender à população. Depois, a decisão de Lula foi julgada inconstitucional.
O impasse chegou ao fim em junho daquele ano. Quatro hospitais que haviam sido municipalizados foram devolvidos à União, que se comprometeu a ressarcir R$ 135 milhões à prefeitura por gastos com as unidades.