Cotidiano

Ex-presidente do Iêmen convoca mobilização na fronteira saudita

SANA ? Ex-presidente do Iêmen, Ali Abdalá Saleh convocou neste domingo uma mobilização na fronteira com a Árabia Saudita. Ele é aliado dos rebeldes xiitas huthi, alvo de ataques aéreos no sábado que deixaram 140 mortos e mais de 500 feridos, e pede vingança pelas vítimas. O governo rebelde atribui o bombardeio às forças da coalizão árabe, liderada pela Arábia Saudita, que conduzem frequentes atentados no país. A coalizão nega.

? Convoco as forças armadas e os comitês populares a se dirigirem à frente de guerra na fronteira para vingar nossas vítimas ? declarou Saleh em frente às câmeras.

Os rebeldes xiitas huthis tomaram Sanaa há mais de dois anos e desde março de 2015 são combatidos pela coalizão liderada por Riad, em apoio ao governo reconhecido pela comunidade internacional.

No sábado, mais de 140 pessoas morreram e ao menos 525 ficaram feridas em um bombardeio aéreo durante um funeral em Sanaa, no Iêmen, informou a Organização das Nações Unidas (ONU). A gravidade do ataque, atribuído à coalizão saudita que combate rebeldes xiitas no pais, fez os EUA anunciarem a revisão de seu apoio às forças militares no local.

O coordenador de assuntos humanitários da ONU no Iêmen, Jamie McGoldrick, disse em um comunicado que a comunidade humanitária no país “está em choque e escandalizada pelos ataques aéreos”

“Os ataques tiveram como alvo uma sala pública, onde milhares de pessoas participavam de um funeral”, condenou, pedindo uma investigação sobre o ocorrido. “A violência contra os civis deve cessar imediatamente”, declarou McGoldrick.

Dezenas de mortos e feridos em bombardeio no Iêmen

Os rebeldes denominaram o ataque como um “massacre” e responsabilizaram a coalizão pelas mortes. Em um comunicado, a coalizão negou ter realizado operações militares contra o prédio bombardeado e que “outras causas” deviam ser consideradas.

Os bombardeios foram registrados no momento em que Arábia Saudita, que lidera a coalizão contra os huthis, é vigiada de perto por ter sido supostamente responsável pela morte de civis com seus bombardeios.

O alvo foi um prédio da capital, controlado pelos rebeldes, onde aparentemente um grupo de pessoas se reuniu no meio da tarde para apresentar seus pêsames pela morte do pai do ministro do Interior rebelde, Jalal Al Ruishen, acrescentou a sabanews.net.

Segundo a emissora Al Masirah, o prefeito de Sanaa, Abdel Qader Hilal, está entre os mortos.

Os rebeldes não informaram se Ruishen ou outras autoridades huthis, além de Hilal, estavam no prédio no momento do ataque.

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