Cotidiano

Estudantes levam aprendizado de sala de aula para a vida real

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RIO ? Foi a partir de uma atividade extracurricular da época
em que Bruna Waitman ainda estava no ensino médio, em São Paulo, que surgiu a
centelha do Media Education Lab (MEL), projeto que busca aproximar o aprendizado
em sala de aula à realidade dos estudantes a partir da tecnologia. A iniciativa
será apresentada na mesa Tecnologia e Educação, no dia 23 de setembro, durante o
Educação 360, na Escola Sesc do Ensino Médio, em Jacarepaguá.

Saiba mais Educação 360

Em 2005, Bruna foi finalista de um concurso que estimulava os alunos a criar
projetos sociais que impactassem a região onde ficava a escola. Sua ideia foi
juntar colegas para trabalhar como voluntários na alfabetização dos funcionários
da instituição de ensino.

? Esse projeto me influenciou de forma tão profunda que escolhi uma faculdade
que me permitisse realizar ações desse tipo, e por isso fui fazer Administração
Pública ? conta.

Depois de trabalhar em várias ONGs, Bruna esbarrou novamente com Alexandre Le
Voci Sayad, jornalista responsável pela coordenação do concurso que encantara a
administradora na adolescência. A partir do conhecimento dela em gestão e da
vontade de Sayad de começar um projeto voltado para educação que surgiu o MEL,
em 2013.

A proposta é criar uma rede que possa repensar o modelo
de educação aproximando-o do século XXI de forma que faça mais sentido para o
estudante. A instituição trabalha diretamente com escolas. Todos os atores são
envolvidos no processo educacional, buscando desenvolver projetos dos próprios
alunos, capacitação de professores em tecnologia e iniciativas em parceria com a
administração pública.

? Temos um projeto com uma escola de São Paulo em que
colocamos, junto com a disciplina de português, a alfabetização para as mídias.
Levamos a criança para conhecer como é produzida uma determinada mídia e depois
eles colocam a mão na massa. Os alunos conhecem o local de produção, conversam
com o profissional e, então, criam o produto deles. Já fizeram podcast,
peça de publicidade e agora estão fazendo vídeos ? explica Bruna.

BUSCA DE SOLUÇÕES

A metodologia do MEL envolve dois momentos. No primeiro, são oferecidos aos
participantes conteúdos a partir de pesquisas, relatórios ou diálogos, a fim de
motivar a inspiração. Depois, vem a etapa de produção, na qual o grupo cria
projetos a partir da proposta apresentada na primeira fase.

Outra iniciativa do MEL é uma parceria com a Secretaria municipal de Educação
de São Miguel dos Campos, em Alagoas. Trata-se de uma plataforma para redesenhar
o segundo segmento do ensino fundamental nas oito escolas locais. Além de
recriar a estrutura de ensino, a instituição elaborou um recurso on-line para
compartilhar esse modelo com outras secretarias municipais.

? Hoje, os piores índices de Desenvolvimento da Educação
Básica (Ideb) são dessa fase. Fizemos uma oficina que possibilitou que os
próprios alunos criassem soluções para responder aos desafios que eles mesmos
identificaram na escola ? conta. ? Se você participa de uma experiência
inovadora enquanto está na escola, isso vai abrir portas no futuro, promovendo o
encontro entre pessoas e o contato com novas experiências. A gente prega
exatamente isso. Queremos ser uma organização que leva para a escola um pouco do
que tem aqui fora. Os alunos sempre questionam o que estão aprendendo porque é
difícil para eles enxergar a aplicabilidade daquilo.