RIO ? Uma escultura criada em Sohag, no Egito, em homenagem a soldados mortos, foi posta no meio da polêmica sobre os alarmantes casos de estupro no país. A estátua, batizada como ?Mãe de um mártir?, mostra uma mulher com os braços abertos, sendo abraçada por trás por um homem vestindo um capacete. Nas redes sociais, a obra de arte foi vista como uma ilustração dos casos de assédio sexual.
O governador de Sohag, Ayman Abdel-Monaim, ordenou mudanças na estátua e abriu investigações para ordenar quem liberou a construção da escultura na cidade de el-Belina. Segundo Abdel-Monaim, o governo deveria ter sido consultado antes que os quase US$ 30 mil dólares gastos na construção fossem liberados.
? Às vezes, a visão de um artista se choca com a cultura da sociedade ? disse o governador. ? Se nosso objetivo é tratar os cidadãos com respeito, então nós não devemos fazer algo que ofenda os seus sentimentos. Nós todos respeitamos o nosso exército e nosso país.
O escultor, Wagih Yani, de 60 anos, já iniciou a modificação, com a retirada do soldado e a colocação de um ramo de oliveira nas mãos da mulher. Contudo, o artista defendeu o seu trabalho, rejeitando a ideia de assédio sexual, dizendo que o soltado representava o ?espírito do mártir?.
? Eu continuo convencido da ideia original da escultura, e a modificação não vai afastá-la tanto assim ? disse Yani, em entrevista à Associated Press. ? Mas pessoalmente eu sinto que é importante que todos fiquem felizes com a escultura.