LOS ANGELES ? O secretário-geral Ban Ki-moon está torcendo para que uma mulher ocupe o seu lugar à frente das Nações Unidas a partir do ano que vem, após o término de seu segundo mandato de cinco anos, no dia 31 de dezembro. Caso isso aconteça, será a primeira vez que uma mulher irá comandar a organização desde que ela foi fundada, há pouco mais de sete décadas.
? Nós temos muitas líderes ilustres e eminentes em governos nacionais e outras organizações, em comunidades econômicas, políticias e culturais e em todos os aspectos das nossas vidas ? disse Ban Ki-moon, em entrevista à Associated Press. ? Não há razões para não ser nas Nações Unidas.
Em visita à Los Angeles, onde se encontrou com o congressista republicano Ed Royce, que preside o comitê de Relações Internacionais da Casa, Ban Ki-moon destacou que as mulheres representam metade da população do mundo e devem ser empoderadas, receberem ?oportunidades iguais?. De acordo com o secretário-geral, ?está na hora? de uma mulher ocupar o posto, após oito homens no comando.
Atualmente, existem 11 candidatos à sucessão de Ban Ki-moon, sendo seis homens e cinco mulheres. Apesar de ter suas preferências, o secretário-geral ressaltou que a decisão não cabe a ele, mas aos 15 membros do Conselho de Segurança, que devem recomendar um candidato para aprovação pelos 193 membros em Assembleia Geral.
Sem citar nomes, Ban Ki-moon afirmou que existem ?muitas mulheres líderes distintas e motivadas que podem realmente mudar este mundo, que podem se envovler ativamente com outros líderes do mundo?.
? Então, esta é a minha humilde sugestão, mas a decisão é dos Estados membros ? disse Ban Ki-moon.
Por tradição, o cargo segue um rodízio entre as regiões do mundo. Representantes da Ásia, África, América Latina e Europa Ocidental já ocuparam o mais alto posto da diplomacia mundial. Países do Leste Europeu, incluindo a Rússia, argumentam que nunca tiveram um secretário-geral, e que agora seria a vez deles.
Existe um grupo de 56 países fazendo campanha para a eleição de uma mulher ao cargo, mas em duas pesquisas informais realizadas pelo Conselho de Segurança, o ex-primeiro-ministro de Portugal, Antônio Guterres, foi o preferido. A mulher que alcançou mais citações ocupou apenas o terceiro lugar na lista.
Independente de ser homem ou mulher, Ban Ki-moon espera que seu sucessor ou sucessora tenha algumas características, como uma ?forte liderança compassiva e visionária?, que seja capaz de articular a importância da dignidade humana para grupos vulneráveis, incluindo mulheres, crianças, pessoas com deficiência, homossexuais e outras minorias.
? Se não forem as Nações Unidas, quem vai cuidar dessas pessoas? ? questionou Ban Ki-moon.