LAS VEGAS ? O candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, enfrenta um colossal desafio nesta quarta-feira, quando ele e a democrata Hillary Clinton fazem o terceiro e último debate antes da eleição, que parece estar ficando cada vez mais longe de ser vencida pelo republicano. O encontro, que acontecerá na Universidade de Nevada, em Las Vegas, deverá se concentrar em temas como migração, economia e a nomeação de um posto de juiz que está vago na Suprema Corte.
Prejudicado por acusações de assédio sexual, as quais ele nega, Trump terá sua última grande chance para conquistar eleitores americanos.
? Este (debate) é importante para Trump ter qualquer chance de voltar à corrida ? disse o estrategista republicano Charlie Black. “Ele terá que falar sobre questões de forma efetiva e não cair na lama, e precisa falar sobre empregos.
Para Hillary, que lidera pesquisas nacionais de opinião e está na dianteira nos principais estados que devem decidir a eleição de 8 de novembro, o debate de 90 minutos oferece uma chance de mostrar porque é a melhor capacitada para suceder Barack Obama.
? É difícil imaginar neste ponto qualquer coisa que possa acontecer neste debate para mudar a dinâmica geral desta corrida ? avaliou o estrategista democrata Steve Elmendorf. ? Não posso imaginar o que Donald Trump possa fazer de positivo ou que erro Hillary Clinton possa cometer para mudar a trajetória desta corrida.
Em uma campanha que focou mais no caráter do que em diferenças políticas, ambos candidatos entram no debate afetados por eventos recentes.
Trump passou a semana passada negando e se defendendo de acusações de que teria agarrado mulheres. Hillary lutou para se desvincular do escândalo sobre e-mails sigilosos enquanto era secretária de Estado, de 2009 a 2013.
? Ela precisa ser capaz de responder a questão dos e-mails ? disse o estrategista democrata Bud Jackson. ? Ela ainda não conseguiu enterrar este assunto de vez. Ela precisa fazer melhor desta vez e esperar o inesperado.
Os dois candidatos já protagonizaram dois debates nesta campanha, que embora apresentassem uma agenda pré-determinada de temas se transformaram em um verdadeiro festival de golpes baixos, acusações de ambos os lados, discussões sobre a vida sexual e até ameaças de prisão.
PREPARAÇÃO
Hillary dedicou vários dias a sua preparação, a ponto de manter uma agenda de atos públicos muito leve para se trancar em um hotel com um seleto grupo de assessores e auxiliares de forma a não ser surpreendida em nenhum ponto.
Em contrapartida, Trump manteve uma intensa agenda de discursos públicos e reservou apenas algumas horas de cada dia para discutir com seus assessores próximos o conteúdo do debate.
Os dois terão que manter um delicado equilíbrio entre evitar as asperezas de forma a soar como políticos confiáveis e atacar as fragilidades do adversário, embora esta última tendência tenha sido claramente predominante nos dois últimos debates.
Como ambos têm índices de rejeição superiores a 55% entre os eleitores, uma nova noite de debates repleto de golpes baixos dificilmente ajudará algum dos dois a convencer os muitos eleitores que ainda estão indecisos.