Cotidiano

Economista e colecionador: conheça novo diretor do Parque Lage

28609866_30082006 - Marco Antonio Teixeira - SC - EXCLUSIVO - Colecionador de artes plasticas Fa.jpgRIO – Anunciado como novo diretor do Parque Lage, o economista Fabio Szwarcwald, de 34 anos, vai substituir Lisette Lagnado no cargo. Escolhido pelo secretário estadual de Cultura, André Lazaroni, que o definiu como “um ótimo gestor”, Szwarcwald é um colecionador de arte reconhecido no meio. Também já foi um dos dos diretores da Associação de Amigos da EAV Parque Lage (AMEAV), criada para sanar as finanças do local, e subsitutída pela OS Parque Lage e Casa França Brasil, da qual Szwarcwald também foi vice-presidente.

Ex-vice-presidente do banco Credit Suisse e membro do Conselho de aquisição do Museu de Arte Moderna (Mam), ele investe principalmente em artistas contemporâneos desde 2002. Tem obras valiosas, como uma fotografia da série “Chocolate”, de Vik Muniz, mas também trabalhos de artistas menos conhecidos, como a holandesa Anne Wenzl e o brasileiro Pedro Varela. Sua coleção de 400 peças ainda inclui nomes como Amilcar de Castro, Lygia Clark e Abraham Palatinik.

“Comprar arte consagrada é muito fácil. Depois vou ter o tesão de falar “comecei a colecionar este artista quando ele era desconhecido”, disse Szwarcwald ao GLOBO, em uma entrevista no ano passado. “São artistas da minha idade, que vivenciam o que eu vivencio, além de ser uma arte mais acessível para quem começa a colecionar. E a arte contemporânea choca, incomoda, não é algo só plástico, e eu gosto disso”.

Szwarcwald, que já foi casado com a artista plástica Gabriela Moraes, também adquire obras de arte para diversificar seus investimentos. Antenado nas novidades, ele levou, há poucos meses, todas as 400 peças da sua coleção para um novo espaço do Cosme Velho, a Z42, com artistas ainda emergentes. Em 2007, ajudou, como um dos diretores da AMEAV, a organizar um leilão com obras doadas por artistas, cujas vendas renderam R$ 1 milhão para o parque.

“Queremos fazer com que artistas se tornem padrinhos das salas de aula da escola do parque : cada sala levaria o nome de um deles, em troca de ajuda financeira. Isso é feito em muitos museus pelo mundo. Nunca foi pensado para cá porque o Parque Lage nunca foi visto como uma empresa cultural, só como algo dos seus professores e alunos, o que é bonito mas não sustenta”, disse o colecionador ao GLOBO na época.