SÃO PAULO – A crise esfriou também as vendas do comércio na internet no ano passado. O faturamento das vendas online chegou a R$ 44 bilhões, crescimento nominal de 7,4% sobre os R$ 41,3 bilhões de 2015, mas pouco acima da inflação, de 6,29%, medida pelo IPCA em 2016. Os dados são da Ebit, empresa que mapeia o e-commerce brasileiro, e mostram que esta foi a menor expansão de vendas do setor desde 2001, quando seus negócios passaram a ser auditados no país.
Trata-se de uma freada brusca nos negócios de um setor que se expandia a taxas de dois dígitos há anos. Em 2011, por exemplo, o faturamento do e-commerce brasileiro cresceu 26% ante 2010; em 2012, a alta foi de 20%; em 2013, de 28%; em 2014, 24%; e, em 2015, a expansão ainda ficara em 15%, sempre comparando com o desempenho do ano anterior.
Embora a alta no faturamento tenha sido a a menor da série histórica, Pedro Guasti, presidente da Ebit, salienta que o comércio eletrônico ?foi um dos poucos setores a andar na contramão da crise econômica?.
? Além dos preços competitivos em relação ao varejo físico, o e-commerce também foi beneficiado pela expansão do mercado de smartphones, que trouxe uma enorme gama de novos consumidores ? avalia Guasti.
Ainda de acordo com os dados da Ebit, o número de pedidos permaneceu estável de 2015 para 2016, em 106,3 milhões, e o gasto médio cresceu 8% na comparação anual, passando de R$ 388 para R$ 417.
O levantamento da Ebit mostra ainda que o número de consumidores ativos na rede cresceu 22% na comparação com 2015, passando de 39,14 milhões para 47,93 milhões. E que as compras feitas por meio de dispositivos móveis responderam por 21,5% do total das transações realizadas no ano passado, elevação de 12,5% sobre 2015.
Outra constatação da pesquisa foi a redução das ofertas de frete grátis nas compras online. A Ebit afirma que essa retração é uma tendência iniciada em julho de 2014. Para se ter uma ideia do baixo volume de empresas que fazer a entrega sem cobrança de taxa, em dezembro de 2016, apenas 36% das vendas foram realizadas com frete grátis.
PERSPECTIVA
Para 2017, a Ebit prevê que o e-commerce chegue a R$ 49,7 bilhões de faturamento, equivalente a um crescimento nominal de 12%. O tíquete médio deve seguir em expansão e registrar alta de 8%, para R$ 452. Já em relação ao volume de pedidos, a projeção da consultoria é de alta de 4%, para 110 milhões.
? Além da migração de consumidores do varejo físico, o crescimento do e-commerce deve ser impulsionado pelo aumento de preços e também pela participação das vendas de categorias de produtos de maior valor agregado, tais como eletrodomésticos, smartphones, eletrônicos, acessórios automotivos e casa e decoração ? considerou Guasti.
A Ebit prevê 40% de crescimento das compras feitas por meio de dispositivos móveis no comércio eletrônico neste ano, chegando a 32% do total das transações.
OS MAIS VENDIDOS DE 2016 EM VOLUMES DE PEDIDOS:
1) Moda e Acessórios – 13,6%
2) Eletrodomésticos – 13,1%
3) Livros/Assinaturas/Apostilas – 12,2%
4) Saúde/Cosméticos/Perfumaria – 11,2%
5) Telefonia e Celulares – 10,3%
AS CINCO CATEGORIAS MAIS VENDIDAS, EM FATURAMENTO
1) Eletrodomésticos – 23%
2) Telefonia/Celulares – 21%
3) Eletrônicos – 12,4%
4) Informática – 9,5%
5) Casa e Decoração – 7,7%.