O combate às drogas em Cascavel ganha um novo capítulo. Pela primeira vez na história, a Secretaria Especial de Cidadania, da Proteção à Mulher e Políticas Sobre Drogas realizou o internamento involuntário no município. A ação teve todo o respaldo médico e da Assistência Social para garantir que o trabalho fosse humanizado e digno.
O primeiro internado involuntariamente é um homem de 58 anos, que há 8 anos vive em situação de rua de Cascavel e sofre com a dependência química. Ele não tem familiares e já é conhecido das equipes que atuam na Abordagem Social, uma vez que já passou pelas casas de acolhimento da cidade. “Tudo que você imaginar já foi feito com ele. Ao ponto dos educadores e assistentes sociais pedirem o internamento dele de forma involuntária, mesmo sem o desejo dele, entendendo que ele já perdeu a capacidade de discernimento do certo e errado e da dignidade humana, que é um direito muito importante que prevalece nessas situações”, explica o secretário da pasta, Misael Júnior.
A abordagem aconteceu na rua pela equipe da Assistência Social, que documentou todo o processo. O Samu foi acionado e encaminhou o paciente até a UPA Brasília. Ele foi assistido pela equipe médica, fez uma série de exames e depois de medicado foi transferido para uma das clínicas de reabilitação credenciadas pelo Município. A Guarda Municipal acompanhou a abordagem, mas não foi necessária nenhum tipo de intervenção dos agentes. “Ele ficará por três meses nesse tratamento involuntário. A clínica é especial, conta com médicos, psiquiatras, e enfermeiros 24 horas por dia pra poder cuidar dessa pessoa”, pontua Misael.
O secretário acrescenta que esse é um momento ímpar da recuperação de dependentes químicos e das ações de combate às drogas em Cascavel. “Uma vitória para todos que trabalham nessa área há anos e veem agora mais um fruto do trabalho”, avalia.
O serviço totalmente gratuito busca realmente promover uma mudança na vida das pessoas que lutam contra a dependência química. Atualmente, cinco instituições prestam esse atendimento pelo Município. São as comunidades terapêuticas, Renascer, Molivi e Prover, de Cascavel, que atendem exclusivamente ao público masculino; Clínica Reviver Homem Leão, que também atende homens e que, inclusive, recebeu este primeiro internamento involuntário; e a comunidade terapêutica Dom Bosco, de Campo Mourão, que recebe as mulheres. Ao todo, são 80 vagas para acolhimento voluntário e 10 involuntários. Dessas, ainda restam 30 vagas.
Texto: Assessoria