BOGOTÁ – Dias após o recém-eleito Nobel da Paz e presidente Juan Manuel Santos anunciar o início de diálogos formais de paz com o Exército de Libertação Nacional, milhares de colombianos voltaram às ruas de Bogotá para protestar pela ratificação do acordo com as Farc, rejeitado num referendo semanas antes. Um outro protesto na semana anterior, convocado por universitários, reunira dezenas de milhares de pessoas em várias cidades pelo país. FARC
Com cartazes como “Sem mais guerra” e “Acordo já”, milhares se reuniam na Praça Bolívar, em Bogotá, onde fizeram um apelo às forças políticas que apoiem a consolidação do pacto. Entre os presentes, estavam crianças e idosos.
? Todos somos vítimas de um mesmo conflito ? disse Johana Dagua, indígena de Corinto, em Cauca, um dos departamentos colombianos mais afetados pelos confrontos entre a guerrilha e o Exército.
Os presentes montaram um acampamento nesta semana para ratificar o apelo a que o pacto seja cumprido.
? Todos temos o mesmo sentimento de paz ? disse Naydu Cabrera, estudante de 23 anos.
O ex-presidente Álvaro uribe, que liderou os esforços a favor do “Não” no referendo, disse que são necessários mais do que “retoques cosméticos” ao acordo.
? Num país de instituições como a Colômbia, a justiça transicional não deve ser de falta de sanções adequadas aos responsáveis por delitos atrozes ? criticou ele.
O acordo tem como principais empecilhos para uma negociação o fato de que Uribe diverge de Santos e das Farc sobre a reparação às vítimas e as penas que deverão ser aplicadas aos responsáveis por crimes no confronto que matou mais de 220 mil pessoas por mais de cinco décadas.